Economia Titulo Imóveis
Mercado imobiliário da região tem queda de 30% nas vendas de usados

Resultado é o inverso do segmento de novos,
que apresentou acréscimo de 6,9% em 2013

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
26/03/2014 | 07:24
Compartilhar notícia
Ricardo Trida/DGABC


O mercado imobiliário do Grande ABC apresentou movimento inverso no que diz respeito às vendas de imóveis usados em 2013, aponta pesquisa do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), divulgada ontem, se comparada com levantamento da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), publicado em fevereiro. A comercialização de usados caiu 30% no ano passado, enquanto a de novos, no mesmo período, cresceu 6,9%.

Segundo o Creci-SP, o Grande ABC garantiu a média mensal de vendas de 118 imóveis no ano passado. Já em 2012, esse montante era pouco superior, com o registro de 171 unidades por mês.

É preciso destacar que esse volume é referente à coleta de dados em 22% do total de imobiliárias listadas na região, que, em tese, englobam as 200 principais. Pela metodologia da pesquisa, a região é representada apenas por Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema, em um grupo denominado Grande São Paulo pela entidade, que considera também os resultados de Guarulhos e Osasco.

Por outro lado, os construtores comemoraram o escoamento de seus lançamentos e estoques no ano passado. Ao todo, em cinco cidades, tendo em vista que Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não são consideradas, conforme levantamento da Acigabc, as vendas atingiram 837 unidades verticais novas em 2013.

Nos 12 meses de 2012, revela estudo da entidade representante das imobiliárias e construtoras da região, foram 783 vendas.

Na avaliação do delegado regional do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) para o Grande ABC, Alvarino Lemes, o principal problema que gerou a diferença de resultados para os dois tipos de mercados é a política das instituições financeiras adotada no ano passado em relação à concessão de crédito para a compra de imóveis.

Ele explicou que os bancos apresentaram mais facilidades para os mutuários de financiamentos de unidades novas, tendo em vista que, normalmente, os clientes pagam fatia do valor da propriedade direto às construtoras e, na hora de emprestar, necessitam de menor valor. “Na prática, as entradas exigidas estavam bem menores para os imóveis novos”, declarou Lemes.

Outra hipótese para a queda nas vendas de usados é a tese do professor de Economia do Instituto Mauá de Tecnologia e da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Francisco Funcia, apresentada ontem no Diário. Ele acredita que a demanda, de modo geral, se retraiu porque os consumidores aproveitaram a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de eletrodomésticos e veículos, e deixaram de lado os imóveis, que tiveram manutenção nas condições de financiamentos.

Lemes acrescenta que a previsão para este ano é outra. “O mercado tem se mostrado melhor em vendas de usados”, disse. O presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, entende que há potencial para isso. “O Grande ABC é uma região com uma economia muito forte.”
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;