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Alunos da região expõem invenções em feira na USP

Projetos foram feitos por estudantes da EE Jardim Riviera, em Santo André

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
20/03/2014 | 07:00
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Dois dos quatro projetos da rede estadual de ensino selecionados para participar da 12ª edição da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), organizada pela USP (Universidade de São Paulo), foram desenvolvidos por alunos da EE Jardim Riviera, localizada em Santo André. Os ‘inventores’ da região desenvolveram pomada cicatrizante natural e esfoliante feita a partir das propriedades do caranguejo.

O projeto criado pelos alunos Tauane Aparecida Baptista, Douglas Campanha e Michele Veiga Chagas propõe o uso das carapaças dos caranguejos, descartadas pelos crustáceos na natureza, para a obtenção de três produtos esfoliantes: um gel, uma pomada e um creme. “A partir do estímulo da escola, podemos contribuir para a melhoria de vida dos adolescentes”, considera o professor de Física, Adriano de Santana Barboza.

Além das propriedades cosméticas com custo até 30% menor ao observado no mercado, tendo em vista que não utiliza as células mortas do corpo, o produto também traz ganhos sustentáveis, defende Tauane. “É o único esfoliante com fungicida, bactericida e cicatrizante, além de ser uma maneira de retirar as carapaças do meio ambiente, com possibilidade até de melhorar a condição de vida das famílias que vivem à beira-mar”, diz.

Já a aluna do 3º ano do Ensino Médio Camila Agome, 16, resolveu criar projeto relacionado a plantas medicinais. Depois de observar a presença da embaúba no entorno da escola e estudar suas propriedades, a jovem criou uma pomada cicatrizante indicada para feridas de pele. “Estou há um ano e meio trabalhando no projeto e consegui parcerias com a FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), com o Instituto de Botânica e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Diadema”, conta. A partir de abril, a pomada começará a ser testada.

“É muito satisfatório ver que os alunos de escola da periferia e com autoestima baixa estão participando de uma feira e expondo frutos do seu trabalho”, observa a professora de Biologia Lia Flávia Araújo Santos. O trabalho foi responsável também pela mudança de planos da adolescente. “Antes queria ser professora de Matemática e agora vou fazer faculdade de Farmácia”, destaca Camila.

A unidade de ensino está entre as 16 do Estado e única do Grande ABC que oferece Ensino Médio em período integral. Os 328 adolescentes da escola têm nove aulas por dia e, além das disciplinas previstas por lei, há orientação nos estudos, preparação acadêmica e para o mercado de trabalho e matéria eletiva sobre temas diversos por semestre.

FEBRACE

A tradicional feira, realizada na Capital até hoje, conta com 331 projetos, todos desenvolvidos por estudantes de escolas públicas e privadas dos ensinos Fundamental, Médio e Técnico de todo o País. Uma comissão julgadora vai avaliar os trabalhos e os autores dos melhores ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, além de nove vagas para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, em Los Angeles (Estados Unidos), em maio.  




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