Fechado desde o dia 11 de janeiro, o teleférico do Parque Estoril, em São Bernardo, continuará fechado por tempo indeterminado. O brinquedo, localizado no bairro Riacho Grande, foi paralisado devido a uma descarga elétrica provocada por um raio. No momento do acidente, seis pessoas estavam a bordo e tiveram de esperar por cerca de três horas até serem resgatadas.

O prazo dado no dia da ocorrência para investigações e execução de reparos no sistema era de até 45 dias, período que expirou nesta semana. A Prefeitura informa que a empresa responsável pela operação do parque já enviou ao Executivo relatório técnico com propostas para aprimorar o funcionamento do equipamento, mas o documento ainda está sob análise. Após a avaliação, a administração determinará o tipo de serviço que deverá ser feito. A permissionária é a companhia Água das Rochas Ltda., razão social da Estância Alto da Serra, que nunca se manifestou sobre o ocorrido.

Não foi dado outro prazo para que a administração municipal se posicione a respeito do relatório. A equipe do Diário solicitou entrevista com representantes da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, mas a Prefeitura não disponibilizou porta-voz para falar sobre o caso. Também não foi informado se a empresa receberá algum tipo de punição pela falha. Apesar da interdição da atração, o parque continua funcionando normalmente.

Causas

O brinquedo foi paralisado depois que um relâmpago atingiu o painel de controle elétrico do teleférico. A administração alega que, momentos antes da queda do raio, funcionários haviam iniciado a retirada de passageiros do equipamento. O desembarque, diz a Prefeitura, foi motivado pela proximidade da tempestade.

Segundo o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe, (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no dia do acidente a cidade foi atingida por 156 raios. Isso equivale a 9,31 relâmpagos por quilômetro quadrado, índice considerado elevado pelo departamento.

O teleférico do Parque Estoril foi construído em meados da década de 1970 e funcionou até 1996, quando a Prefeitura, à época sob comando de Walter Demarchi, optou por fechar o brinquedo. A atração foi reaberta em 2011, depois de passar por reforma que custou R$ 1,3 milhão.

A revitalização foi feita pela empresa Migliorini Artes. O proprietário da prestadora de serviços, Irineu Migliorini, reconheceu no mês passado que, em geral, os teleféricos do Brasil têm tecnologia atrasada. Ele afirmou que seria ideal que esse tipo de equipamento tivesse dispositivo que permitisse o desembarque emergencial, procedimento que poderia ser feito por meio de sistema hidráulico.