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Transporte escolar é alvo
de críticas em S.Bernardo

Mães afirmam que falta organização para a
definição dos alunos beneficiados pelo serviço

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
20/02/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Mães de estudantes da Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Padre Ângelo Ceroni, no bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, reclamam de falta de organização no serviço de transporte escolar oferecido pela Prefeitura. O descontentamento se deve ao fato de alguns estudantes terem perdido o direito ao serviço, enquanto vizinhos continuam indo de ônibus para a unidade de ensino.

A auxiliar de limpeza Tatiana Santos Chaves, 29 anos, chama atenção para o fato de o filho mais velho, Erick, 10, ter utilizado o serviço para ir à aula nos últimos quatro anos. “Eu não mudei de casa e a escola não mudou de lugar. Então por que a secretaria (de Educação) resolveu cortar o benefício justo neste ano?”, questiona a moradora do bairro Boa Vista, localizado a aproximadamente um quilômetro da unidade de ensino. Neste ano, ela também tenta vaga para a filha, Thaissa, 6.

Para a desempregada Jucileide Almeida Ferreira, 33, os alunos merecem direitos iguais. “O ônibus escolar passa em frente de casa e pega duas crianças na mesma rua onde eu moro”, revela a mãe de Gabriel, 10. Neste ano, ela e o filho passaram a ter de andar os cerca de 1.700 metros entre sua residência, no bairro Montanhão, até a escola. Por isso, precisam sair de casa meia hora antes do início da aula.

O mecânico Carlos Morilha, 40, avalia que o problema seria facilmente resolvido caso os pais tivessem a opção de matricular os filhos na unidade de ensino mais próxima de casa. “A secretaria é quem define onde os alunos serão matriculados. No meu caso, moro perto da Emeb Profª Maria Therezinha Besana, no Jardim Industrial, que fica a 900 metros de casa, e meu filho, Juan, estuda aqui na Emeb Padre Ângelo Ceroni, cuja distância é quase o dobro”, comenta.

Situação semelhante vive a autônoma Gisele Maria Toniello Almeida, 26, mãe da Pyetra, 6. A estudante mora no Jardim Petroni, a quase dois quilômetros da Emeb do bairro Nova Petrópolis, e a 600 metros da Emeb Profª Maria Therezinha Besana. “Facilitaria muito a vida dos pais se houvesse organização e os filhos estudassem perto de casa ou tivessem direito a ir de ônibus.”

Para ser beneficiado com o transporte escolar no município, o aluno deve morar a pelo menos 1.500 metros da unidade de ensino. “Enquanto os ônibus circulam vazios por aí tenho que caminhar meia hora com o meu filho mais novo, de 2 anos, no colo para trazer o mais velho à aula”, lamenta a dona de casa Doralice de Jesus Santos, 34, moradora do bairro Boa Vista.

 
 

Resolução limita área de atendimento

A Prefeitura de São Bernardo informou que resolução publicada pelo Executivo em dezembro estabelece 1.500 metros como a distância mínima para atendimento de alunos pelo serviço de transporte escolar gratuito. Em caso de o percurso ser maior, o estudante perde direito ao benefício caso a família opte por escolher outra escola municipal que não a indicada pela administração.

O texto acrescenta que o pedido poderá ser deferido no caso de o aluno residir em local de “difícil acesso, decorrente de obstáculos naturais ou artificiais que limitem ou impeçam a circulação”. A solicitação, no entanto, depende de análise do departamento responsável.

No caso do aluno Erick, a Prefeitura informa que o garoto era atendido por “mobilidade social” e que, após fiscalização, foi constatado que a distância entre casa e escola é inferior a 1.500 metros e que o trajeto não é dificultado por obstáculos.

Já em relação à estudante Thayssa, a secretaria informa que os responsáveis pela menina “não preencheram solicitação de transporte na unidade escolar”.

A administração municipal informa ainda que, desde o início de fevereiro, a Divisão de Apoio Escolar está realizando verificações no atendimento prestado à Emeb Padre Angelo Ceroni e que, em caso de problemas, as situações serão regularizadas em prazo de 15 dias, aproximadamente. 




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