Artigo

Os protestos de rua em junho ainda ecoam, neste novo ano, nas mentes dos brasileiros. Descontada a minoria de bagunceiros que, infelizmente, sempre aparece, as grandes massas de pessoas que protestaram pacificamente foram às ruas pela primeira vez em suas vidas. Grande parte dos manifestantes foi de jovens exibindo cartazes e expressando suas insatisfações, nas ruas e no Facebook, com o descaso das autoridades em relação ao dinheiro público – incluindo aí tanto o dinheiro roubado como o mal aplicado.

Foram às ruas jovens que, hoje, têm cerca de 20 anos mas que, já aos 11, ouviram falar no escândalo do Mensalão pela primeira vez. Jovens que viram somente agora, quase metade de suas vidas vividas até aqui, depois que, ainda que um tanto tarde, a falha Justiça brasileira finalmente chegou aos mensaleiros.

Apesar da boa notícia, a Justiça chegou com direito a inúmeras regalias, tanto as previstas em lei – como o cumprimento de parte das penas fora da prisão – quanto as regalias frutos do ‘jeitinho’ – como o furo dado na fila aos familiares e amigos dos políticos presos na Papuda, em Brasília.

Jovens de cerca de 20 anos que viram o Brasil ser escolhido o País da Copa e construir estádios faraônicos enquanto falta estrutura e boa remuneração para os professores em suas escolas; enquanto espera-se meses nas filas de atendimento do SUS; enquanto eles próprios, jovens, são assaltados não apenas nas saídas das festas à noite, mas, também, ameaçados por bandidos nas ruas em plena luz do dia.

O Brasil ‘País sem pobreza’ vendido pelos bilhões gastos em publicidade pelo governo federal e suas estatais é para esses jovens, ironicamente, Nação que lhes dá poucas possibilidades de produzir riquezas: Educação deficiente, impostos escorchantes, corrupção, burocracia avassaladora, leis atrasadas e muita insegurança. Apesar de suas muitas riquezas, o Brasil vai se tornando pobre para a sua juventude.

A eleição deste ano poderá ser ponto de inflexão importante. A classe política brasileira já está se preocupando em encontrar novos discursos para dirigir-se a este novo eleitorado. No entanto, sem reformar profundamente nossas instituições, reduzindo o tamanho do Estado onde ele é desnecessário e dando mais segurança e liberdade ao indivíduo, infelizmente é improvável que novos discursos gerem também novas práticas políticas. E, enquanto novas práticas políticas não são adotadas, o novo momento político nacional que se iniciou para muitos jovens em junho permanecerá em estado latente até eclodir em novas manifestações.

Marcel van Hattem é cientista político, e jornalista do Instituto Millenium.

Palavra do leitor

Povo unido...
Amigo cidadão do Grande ABC que nunca sofreu com falta de água em sua casa, saiba que de todo o conforto que temos, o mais importante é, sem dúvidas, a água. Sem ela não se faz comida, não se lavam roupas, não se toma banho, não se tem descarga no banheiro, as plantas e seu animal de estimação morrem. Vale a pena compreender a situação de nossos rios, represas e reservatórios, que estão secando. As palavras mágicas são economizar, participar e informar sobre os risco que estamos correndo. Não adianta culpar os políticos ou a Sabesp, é questão climática e que independe da vontade humana. Não lave o carro ou a calçada com mangueira. Use a vassoura e o balde. Feche o chuveiro para se ensaboar e para escovar os dentes. Reúse a água da máquina de lavar. Ensaboe a louça primeiro para só depois abrir a torneira. Cada litro que economizamos, somados de todos que aderirem à economia, não faltará água para nós. Se Deus quiser.
Ivanir de Lima
São Bernardo

Dilma
Na abertura da colheita de grãos no Mato Grosso, Dilma subiu em uma colheitadeira e disse que havia descoberto sua segunda profissão. Qual seria a primeira? Mandato político não é profissão. Seria guerrilheira do Araguaia? Uma coisa é certa, melhor ela ir treinando muito bem, pois espero que os eleitores realizem o sonho dela em viver em Cuba dirigindo uma colheitadeira, pois por aqui já cansamos de mentiras, aloprados, mensaleiros, de bolsa esmola, do cumpanheru e ‘postes’ que se aventuram na política.
Ailton Gomes
Ribeirão Pires

Vem para a passarela
É impressionante como a maioria dos estudantes da ETE Lauro Gomes, no Centro de São Bernardo, atravessam a avenida, sendo que a passarela está acima de suas cabeças. Os alunos parecem ignorá-la! Acho que só perceberão a sua existência quando houver atropelamento coletivo, se é que isso já não tenha acontecido. Como motorista, fico indignada com a falta de respeito com as suas próprias vidas e com a dos motoristas. Se os motoristas avançam sinal ou trafegam acima da velocidade são multados. E os pedestres que colocam a vida de todos que estão no trânsito em perigo? Por que atravessam fora da faixa? O departamento de trânsito deveria dar uma passadinha por lá, para fazer capacitação de como se atravessar avenidas utilizando passarelas. E aproveitar também para aplicar as multas que caibam aos pedestres, pois só mexendo no bolso é que eles aprenderão como se portar nas vias urbanas.
Erika Pereira Farré
São Bernardo

Missão possível!
É improvável que tenha havido apenas três (PT, PSDB e DEM), entre tantos partidos, que em algum momento estiveram envolvidos em compra de votos, o famoso Mensalão, ou coisa que o valha. É bom investigar. Esse é mais um grande desafio para o ‘poderoso’ Joaquim.
Maria Elisa Amaral
Capital

Resposta
Em resposta à carta da leitora Aparecida Morpheus Panini (Curuça, dia 13), a Prefeitura de Santo André, por meio do Departamento de Parques e Áreas Verdes, vinculado à Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, esclarece que em relação à manutenção, no que diz respeito a capina, poda de árvores e roçagem, foi realizada a poda em 25.091 árvores e realizada a roçagem de 4,6 milhões de metros quadrados de mato em toda a cidade no ano passado. Vale ressaltar que o departamento obedece cronograma de serviços anual pela cidade. No caso pontual apontado pela leitora, das vielas do bairro Curuça, o departamento informa ainda que fará os serviços até o fim deste mês.
Prefeitura de Santo André

Inversão de valores
O que Dilma fez com os 30 policiais militares que apanharam em confronto com o grupelho do MST e que estavam protegendo justamente o Palácio onde ela se encontrava? Foram chamados para receber algum elogio pelos serviços prestados? Quanto aos baderneiros, foram recebidos com pompa e circunstância. Pois é, total inversão de valores.
Izabel Avallone
Capital