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Hidrovias: faltam investimentos

Não se pode deixar de reconhecer que o governo federal tem investido no aperfeiçoamento da rede de escoamento dos produtos

Do Diário do Grande ABC
17/01/2014 | 08:19
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Artigo

Não se pode deixar de reconhecer que o governo federal tem investido no aperfeiçoamento da rede de escoamento dos produtos. Só para os serviços de dragagem estão previstos recursos da ordem de R$ 54 bilhões nos próximos cinco anos. Em ferrovias, o investimento no mesmo período é estimado em R$ 10 bilhões, com a abertura de outras linhas para as ferrovias Leste-Oeste, Norte-Sul e Transnordestina.

O problema é que nem 50% dos recursos previstos em orçamento chegam a ser utilizados dentro do prazo. E essas obras seguem a passo de tartaruga, enquanto a economia desce a voo de águia. O resultado, por exemplo, é que hoje, para levar minério, bauxita e grãos para os portos – de Santos e Paranaguá, notadamente –, gastam-se mais de US$ 100 por tonelada, quando o custo médio internacional situa-se ao redor de US$ 20 por tonelada.

Boa saída para essa questão seria o governo federal investir mais no sistema hidroviário do País. Estudo recente da CNT (Confederação Nacional de Transportes) mostrou que o Brasil dispõe de uma das maiores redes hidrográficas do mundo, mas que é pouco utilizada. Dos 63 mil quilômetros de extensão, apenas 41,6 mil são de vias navegáveis e, destas, pouco menos de 21 mil quilômetros podem ser utilizados.

Os restantes 50% não são navegáveis porque não recebem manutenção: há locais em que a profundidade é insuficiente, em outros os berços estão assoreados e não há sinalização nem balizamento. Para piorar, algumas usinas hidrelétricas foram construídas sem eclusas (obra hidráulica que possibilita que embarcações subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis) que permitam a navegação dos rios.

O estudo da CNT só comprova o que já se sabe, ou seja, a administração pública tem sérios problemas de gestão que a impedem de aplicar os recursos disponíveis em orçamento: entre 2002 e junho de 2013, o governo destinou para o setor R$ 5,24 bilhões, mas apenas R$ 2,4 bilhões foram, de fato, aplicados.

Diante desses números, não se pode ser muito otimista quanto a aproveitamento melhor do transporte hidroviário. O que é lamentável, pois trata-se de modal que gera redução de custos na movimentação de carga, aumentando a competitividade dos produtos nacionais. Sem contar que oferece maior segurança e reduz o consumo de combustíveis, tirando muitos caminhões das rodovias, o que significa menos danos ao meio ambiente e menos acidentes nas estradas.

Mauro Lourenço Dias é engenheiro eletrônico, vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística na Unicamp.

Palavra do leitor

Inundadas
Hoje, já com bons anos vividos e desde muito jovem acompanhando os mais variados noticiários, espanta-me ler e ver cidades inteiras tomadas pela água, casas descendo ladeira abaixo e deixando milhares de desabrigados e mesmo mortos. Será que as nuvens aumentaram a quantidade de água a despejar sobre a Terra ou é culpa da sabedoria do homem, que impermeabiliza o solo, impedindo-o de absorver grande parte da água? Que me esclareçam os cientistas ou mesmo os políticos, que em suas campanhas chegam a prometer solução para a triste situação. Não havia casas dependuradas nos morros! Alguém permitiu a construção, sem mesmo avisar do perigo a quem tanto sonha com a moradia. Mas o interesse imobiliário fala mais alto.
Américo Del Corto
Ribeirão Pires

Democráticos
Povo marcado para a subserviência democrática! Estamos atados pelos nossos pés, em grilhões com os nomes modificados, e nem percebemos. É a passividade extrema! O Brasil mais evidente é escrito com ‘Z’. Diante de bidécada oportunista, fomos tomados de assalto democraticamente. Não temos nada do que se anuncia. As publicidades do governo nunca foram tantas, tão caras e mentirosas. Anunciam-se estaleiros brasileiros, mas 90% da mão de obra é de fora! Temos economia ferozmente cantada como estável, mas só prestamos serviços. A tecnologia é zero de avanço. Somos, talvez, o País mais corrupto do planeta, e quem fala em retidão responde na Justiça! Todos os nossos líderes – eles se autointitulam assim – apoiam, sem melindres, os condenados minguados, pegos pela leniente Justiça.
Paulo Rogério Bolas
Santo André

Carro velho
Simplista e pouco democrático o argumento de José Almeida Sobrinho, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências do Trânsito, de advogar que os carros velhos aqui no Brasil deveriam ser taxados progressivamente, como é na Europa (Automóveis, dia 12). No fundo, essa taxação já ocorre indiretamente, e numa escala muito mais elevada, na hora da compra, pois é sabido que o carro nacional é o mais caro do mundo. Na Europa, o salário-mínimo pode chegar a US$ 1.800, como na Holanda e na Bélgica, enquanto que no Brasil o mínimo é de US$ 334. Além disso, os tributos arrecadados lá são de fato reinvestidos na melhoria do sistema viário e do transporte público, enquanto no Brasil, só Deus sabe aonde o dinheiro vai parar. Também não é válido o argumento de que é o carro velho que prejudica o trânsito. Ninguém tem carro velho porque quer. Com preços decentes, quem não gostaria de trocar de carro todo ano?
Mauro Martinelli
São Bernardo

Bola de Ouro
Na reportagem deste Diário sobre a entrega do prêmio Bola de Ouro tive o desprazer de ver a foto desse senhor chamado Pelé, que, emocionado, foi às lágrimas (Esportes, dia 14). Coitadinho! E suas lágrimas fizeram-me pensar na quantidade de lágrimas que a não aceita filha Sandra (já morta) deve ter derramado durante toda a sua vida para ser reconhecida por esse senhor, o que afinal só aconteceu por intermédio da Justiça. Por ser pessoa pública, Pelé deveria explicar o porquê desse desprezo à filha Sandra. E, dessa forma, pôr fim às dúvidas que as pessoas – como eu –, que são muitas, têm sobre sua integridade moral e caráter.
Luiz Roberto Batista
São Bernardo

Barão de Mauá
A pessoa que inventou a faixa exclusiva aos ônibus na Avenida Barão de Mauá, em Mauá, no mínimo não deve transitar por ela em nenhum horário ou apenas após as 22h. Porque uma avenida que não está comportando o fluxo de carros usando as duas faixas, tanto sentindo Centro como sentido bairro, imagina só com uma única faixa para carros! É só um pouco da minha indignação com as ameaças de multas e ainda com obras faraônicas da Sama, que estão durando meses e atrapalhando ainda mais.
Gislene Alves
Mauá

Rolezinhos
Sugiro ao competente prefeito Haddad definir corredor exclusivo para vândalos ou similares em shoppings para fazer o rolezinho ou ‘afanadinho’. Como ele só tem isso na cabeça, quem sabe a moda pega. Pelo menos evitamos bagunça e mal-entendidos. Afinal, a juventude mal-educada é o futuro deste nosso País da Copa e, claro, superorganizado e planejado em tudo e por tudo?
Alice Baruk
Capital
 




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