A preocupação com a formação integral do aluno é o foco das escolas que obtiveram as melhores notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2012. Tanto na Unidade Jardim, melhor da rede privada, quanto na Etec (Escola Técnica) Júlio de Mesquita, primeira colocada da rede pública, ambas de Santo André, gestores e alunos destacam a importância de somar ao conhecimento formal o ensino de artes e tecnologia para um aprendizado completo.

Ontem, o dia foi de comemoração. “É o reconhecimento do trabalho realizado”, destaca o diretor da Unidade Jardim, Daniel Contro. Segundo ele, o ranking é válido porque obriga as unidades de ensino a oferecer qualidade. “O que é o vestibular se não um ranqueamento? Desde que a prova seja bem feita e universal, não vejo problemas”, afirma.

A receita de sucesso para que a instituição de ensino esteja sempre entre as melhores do País – neste ano alcançou a 18ª colocação do Estado e é a 48ª do País, com nota 665,44 – é a grade curricular, que inclui atividades esportivas, artes e tecnologia. “Além de bons livros e professores, temos nível de exigência maior.”

O resultado agrada a todos. O estudante Gustavo Yamada, 17 anos, foi aprovado na primeira fase de quatro dos cinco vestibulares públicos que prestou para Engenharia Mecânica. “Temos professores que estão sempre empenhados a ajudar”, diz o aluno.

Apesar de oferecer ensino gratuito, a Etec Júlio de Mesquita mantém a tradição de estar sempre entre as melhores no Enem. Neste ano, a unidade é a 10ª melhor no ranking geral da região, sendo a única pública, com nota 612,32. Os números refletem a concorrência do vestibulinho: são 7.400 candidatos para 1.000 vagas oferecidas anualmente.

“É importante realizar melhorias e, para isso, contamos com a ajuda da comunidade escolar, que é consultada para que possamos traçar metas”, esclarece a diretora da Etec Júlio de Mesquita, Suely Magini.

OUTRO LADO

Na outra ponta do ranking, a EE José Marcato, em Diadema, concentra problemas como falta de interesse por parte de alunos e professores, além de infraestrutura inadequada, segundo os alunos. A unidade de ensino obteve nota 468,8 no Enem 2012.

“Os professores são bons, mas não têm muita paciência”, destaca a estudante do 9º ano do Ensino Fundamental, Rafaela Souza, 16. Apesar de os docentes não faltarem ao trabalho, são poucos os que se interessam pelos questionamentos dos alunos.

Os estudantes reclamam ainda que há carteiras, vidros das janelas e portas quebradas, o que contribui para que aumente o desinteresse.

A direção da unidade informou que o prédio passa por monitoramento frequente da equipe de obras da Diretoria Regional de Ensino, que realiza serviços de manutenção, inclusive com troca de carteiras, marcada para a próxima semana. Reforma geral está prevista para 2014 e os trabalhos sobre a importância da conservação do bem público foram reforçados. Foi destacado ainda que os professores passam por capacitação rotineira, sendo que, neste ano, 70 docentes fizeram algum curso. (colaborou Drielly Gaspar)