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Julgamento da greve na Bartira está próximo de ser suspenso

Empresa e sindicato acertam detalhes de acordo;
entidade dará assessoria jurídica para demitidos

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/11/2013 | 07:18
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O julgamento da greve na Indústria de Móveis Bartira está próximo de ser suspenso. As áreas jurídicas da entidade que representa os trabalhadores e da empresa pediram para a Justiça postergar a apreciação do caso, que estava prevista para ontem, às 16h.

A Bartira, fabricante exclusiva de móveis à Casas Bahia e localizada em São Caetano, entregou minuta de acordo ao Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Mobiliário Solidariedade na semana passada. No entanto, a entidade entendeu que algumas cláusulas no documento não estavam claras, relatou o presidente, Edison Luiz Bernardes.

“Os advogados (da entidade e da empresa) pediram para que o julgamento da greve tivesse nova data, e estão acertando as cláusulas da minuta”, garantiu Bernardes. A Bartira confirmou a informação.

Após esses acertos, destacou o representante dos trabalhadores, a minuta será protocolada na Justiça do Trabalho e a empresa deverá pedir a suspensão do julgamento, que tem como objetivo avaliar se a paralisação, de sete dias, foi abusiva ou não.

HISTÓRICO - Os funcionários da fábrica de móveis decidiram entrar em greve por não concordarem com a metodologia de cálculo da segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Essa fatia do benefício é negociada em todos os segundos semestres na companhia.

A empresa iria pagar para cada trabalhador metade de R$ 1.813 mais 44% do salário. Isso significa que, quanto mais enxuto o pagamento do empregado, menor o valor da parcela da PLR.

Na ponta do lápis, um auxiliar que tivesse remuneração mensal de R$ 1.050, por meio da fórmula aplicada pela empresa, receberia de R$ 1.137 de segunda parcela da PLR.

Após várias assembleias, apreciações da Justiça e negociações, durante os sete dias de greve, a empresa ofertou pagamento igual a todos os funcionários no valor de R$ 1.500. A proposta foi aceita pelos trabalhadores, no dia 11, na porta da fábrica, após quatro votações com resultado de empate e uma com a aceitação.

Os funcionários estavam nervosos na última assembleia. Segundo a Bartira, 91 deles foram demitidos. Isso ocorreu durante a greve. Os operários, durante o último dia de mobilização, reclamavam que seus companheiros haviam sido demitidos por telegramas que chegaram em suas casas no sábado.

FUTURO - O sindicalista pontuou que a companhia não quer voltar atrás. “A empresa está irredutível sobre a recontratação. Mas, vamos dar assessoria jurídica para aqueles que quiserem entrar na Justiça contra a Bartira”, disse Bernardes. A indústria confirmou que nenhum dos dispensados foi readmitido.

No entanto, o presidente da entidade destacou que tenta o cancelamento da demissão de quatro funcionários que teriam recebido telegramas após o fim da greve. E, neste caso, o acordo com a Bartira previa que não haveria mais demissões por 30 dias. Prazo que seria estendido por mais um mês caso as faltas fossem justificadas.
 




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