Diferentes gerações se reuniram, ontem, em ato artístico promovido pelo movimento SOS Carlos Gomes, no Centro de Santo André. A maratona cultural, das 10h às 19h, cumpriu a tarefa de chamar a atenção daqueles que circulavam pela Rua Senador Flaquer para a necessidade de preservação do cine teatro, que passa por reforma sem aprovação do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André).

Durante o dia, foram colhidas cerca de 1.000 adesões para abaixo-assinado pela preservação do patrimônio andreense. Para a doutora em Arquitetura e Urbanismo Sílvia Passarelli, uma das organizadoras do evento, a diversidade do público que circulou pelo local durante o dia impressionou. “Isso mostra que essa é uma preocupação da cidade”, diz.

Avisada pelo Facebook sobre a atividade, a servidora pública aposentada Selma Queródia, 76 anos, fez questão de prestigiar o evento. “Moro em Santo André há 65 anos e conheço toda a história do Carlos Gomes”, comenta. Na calçada do antigo ponto de encontro da juventude andreense, ela dá asas às lembranças. “Assisti a filmes do cinema mudo aqui, tive namoradinhos.”

Já para a professora Vanessa Deguti, 25, a participação no ato se deve ao apoio e amor à arte. “Eu não usufrui do cine teatro, mas apoio a cultura”, destaca. Segundo ela, Santo André peca em não preservar espaço que poderia ser utilizado pela população, além de atrair visitantes. Com isso, a busca por opções artísticas tem de ser feita na Capital.

Além de exposição de fotografias de patrimônios históricos, como a figueira centenária localizada no Parque Prefeito Celso Daniel e a Vila de Paranapiacaba, a programação teve apresentações musicais, de capoeira, teatro e vídeos feitos por alunos da Escola Livre de Cinema e Vídeo, que funcionou no local até 2009.

A abertura ficou por conta do grupo campeão brasileiro de taiko (tambores japoneses) Shinkyo Daiko. Entre as atrações, destaque para Tour Kombi do Rap, Giallos, O Fino do Blues – Faísca, Folias Urbanas, Teatro do Absurdo e a Banda Poucas Trancas.