A documentação solicitada pela CPI da Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) não chegou à Câmara, num claro indício de que os trabalhos da comissão dificilmente resultarão em apontamentos efetivos. O bloco tenta apurar a origem e motivos pelos quais a dívida da empresa pública alcançou a marca de R$ 1,1 bilhão.

Integrantes do grupo de apuração aguardavam para o início da semana o recebimento de relatório de dívidas, sindicâncias e processos administrativos dos 18 anos de funcionamento da autarquia de água e esgoto da cidade.

Sem sinalização da Saned, os parlamentares deram prazo até ontem para que os dados fossem protocolados no Legislativo para que, na reunião da comissão pela manhã, fosse possível encaminhar as primeiras convocações de políticos que atuaram diretamente na Saned desde 1994.

Como não houve resposta da Saned, sequer a reunião previamente marcada da CPI da Saned aconteceu. O grupo pretende se reunir na quarta-feira com o departamento jurídico da Câmara para discutir os passos a serem dados.

Muitos vereadores – integrantes e ausentes da CPI – entendem que a comissão investigativa perdeu seu objetivo depois que o prefeito Lauro Michels (PV) aceitou a proposta da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

O verde decidiu conceder, por 30 anos, os serviços de água e esgoto na cidade numa contrapartida para amortização total do passivo bilionário. Também foram acertados manutenção dos postos de trabalho da Saned e investimento de R$ 95 milhões imediatos para obras de drenagem e recapeamento asfáltico.

A comissão foi instaurada há dois meses, antes de a Câmara aprovar o convênio entre Prefeitura e Sabesp, e apenas uma reunião foi organizada – a que elegeu Josa Queiroz (PT) como relator.

A CPI da Saned é composta por Atevaldo Leitão (PSDB), presidente do grupo, Josa, Célio Boi (PSB), Luiz Paulo Salgado (PR) e Milton Capel (PV).