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Polícia Civil pede mais um laudo sobre Edifício Senador

Segundo delegado, primeiro estudo não deixou claro quais os motivos do desastre em São Bernardo

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
24/09/2013 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A Polícia Civil solicitou outro laudo sobre o acidente do Edifício Senador, que desabou parcialmente em fevereiro do ano passado, no Centro de São Bernardo. O incidente resultou na morte de duas pessoas. Outro perito foi nomeado para fazer levantamento sobre os motivos do desastre. A previsão é que a investigação fique pronta em 40 dias.

Estudos realizados pela empresa Falcão Bauer e pelo IC (Instituto de Criminalística) apontam que vazamentos e infiltrações resultaram na tragédia. No entanto, o delegado Victor Vasconcellos Lutti, titular do 1º DP (Centro) da cidade, responsável pelo inquérito, acredita que os laudos iniciais não foram suficientes. “Aconteceram duas mortes nesse caso e não fiquei satisfeito com as respostas que me foram dadas a respeito do ocorrido. Acredito que faltam algumas coisas para serem esclarecidas.”

De acordo com Lutti, a nomeação de outro perito não foi motivada por dificuldade no indiciamento dos responsáveis pelo desastre. “Não estou, exatamente, procurando culpados. O objetivo primordial é esclarecer o que aconteceu e as causas na totalidade. Quero todas as evidências que colaboraram para essa tragédia acontecer”, explicou.

O delegado acredita que só será possível finalizar o inquérito e indiciar os responsáveis com mais esse laudo concluído. “Vou aguardar o que o perito vai me posicionar e concluir a parte da polícia judiciária.”

Para o síndico do prédio, Lauro Salera, é desnecessária a realização de mais um estudo. “Acho que já está claro, mas acredito que o delegado está se precavendo um pouco mais nomeando um outro perito. Não sei dizer qual é o objetivo final dessa outra investigação. Da minha parte, estou satisfeito com os laudos já existentes”, disse.

Já José Fabrício Morais, 38 anos, pai da menina Julia, 3, uma das duas vítimas fatais do desabamento, se sentiu aliviado ao saber que a Polícia Civil ainda não concluiu o caso. “Minha família ficou muito contente com essa notícia, porque vimos que a polícia está investigando a fundo. Espero que o laudo indique os nomes dos culpados por essa tragédia e que eles sejam penalizados. Que isso não acabe em pizza, como tudo no Brasil. Até agora, a sensação que tenho é de impunidade.”

Sem trabalhar por conta de uma lesão no braço causada pelo desabamento, Morais ainda vive as dores, tanto físicas quanto emocionais, do incidente. “Perdemos a nossa filha, que era tudo em nossas vidas. Ainda não nos recuperamos dessa tragédia, nosso cotidiano não foi restabelecido e vivemos o trauma até hoje. Enquanto isso, alguém que cometeu um crime está impune, dando risada. Por isso, esperamos que a Justiça seja feita.”

REFORMA

Conforme noticiado pelo Diário no mês passado, os condôminos do Edifício Senador decidiram, em assembleia, pela reforma do prédio. O síndico afirmou que o projeto para restauração do imóvel será iniciado ainda neste ano, com previsão de conclusão em 120 dias. “Depois dessa fase, é conseguir a licença da Prefeitura e partir para a fase de obras”, disse Salera.

Proprietários de salas comerciais que participaram da reunião informaram que foi apresentado orçamento inicial que avalia a reforma em R$ 12 milhões. No entanto, o síndico não confirma esse valor. Somente o estudo tem custo aproximado de R$ 360 mil.  




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