Setecidades Titulo Fiscalização
Prefeituras estudam
compra de bafômetros

Quatro cidades da região afirmam ter interesse em
convênio com a PM para aquisição do equipamento

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
10/09/2013 | 07:00
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Fernando Nonato/DGABC/04.02.2011


Prefeituras do Grande ABC estudam a aquisição de bafômetros para realizar parceria com a Polícia Militar e aumentar o número de blitz da Lei Seca na região. O secretário de Segurança de São Caetano, coronel José Quesada, confirmou que o município analisa a viabilidade de compra dos equipamentos. Mauá e Ribeirão Pires também estudam adotar a medida, e São Bernardo não descarta a possibilidade. Atualmente, a corporação possui 20 aparelhos do tipo para atender as sete cidades.

“A proposta é muito bem-vinda, mas é preciso afinar essa sintonia. Por lei, os bafômetros não podem ser operados pelos GCMs (Guardas-Civis Municipais), só por policiais militares. Esses equipamentos vão ser utilizados somente na cidade de São Caetano, assim que forem adquiridos, por meio de convênio entre Prefeitura e Polícia Militar para intensificar a fiscalização de embriaguez no trânsito”, afirmou o comandante da Polícia Militar no Grande ABC, coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli.

Até o momento, o município foi o único a formalizar o interesse em firmar parceria com a corporação por meio de fornecimento de equipamentos etilômetros. “Foi uma iniciativa exclusiva de São Caetano, tendo em vista que em alguns locais pontuais, listados em conjunto pela Polícia Militar e Prefeitura, possuem reincidência de casos de bebida alcoólica ao volante”, explicou o chefe da corporação.

O secretário de Segurança Pública de Mauá, Carlos Wilson Tomaz, informou que o tema será pauta da reunião do GGIM (Gabinete de Gestão Integrada Municipal), que será realizada hoje, às 9h. São Bernardo comunicou que vai avaliar a possibilidade e conversar com a Polícia Militar sobre o assunto.

Ribeirão Pires informou que estuda a aquisição de bafômetros. Segundo a gestão municipal, foi solicitada pela Secretaria de Transportes e Trânsito ao Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) mudança ou criação de lei específica no Código Municipal de Trânsito para a utilização dos aparelhos por agentes municipais durante fiscalização.

Santo André e Diadema informaram que não possuem projeto relacionado à compra de etilômetros. A Prefeitura de Rio Grande da Serra foi procurada, mas não se pronunciou sobre o tema.

Apesar de considerar a iniciativa bem-vinda, o comandante da Polícia Militar na região não considera que a quantidade de aparelhos em posse da corporação seja insuficiente para a fiscalização da Lei Seca no Grande ABC. “Como fazemos operações itinerantes, revezamos o aparelho em pontos distintos pela região, que não podem ser divulgados. Se tivermos possibilidade de potencializar em uma área com mais equipamentos, como São Caetano ofereceu essa alternativa, vai ser melhor”, afirmou o coronel Ricciarelli.

RESULTADO

Especialistas ouvidos pelo Diário acreditam que somente a aquisição de bafômetros pelas prefeituras pode não resultar em diminuição de acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados. “Isso é feito com campanhas educativas, sinalização e, inclusive, o etilômetro. Tudo faz parte da gestão municipal. O que é mais caro e trabalhoso é manter o efetivo, equipamento é o de menos. Como o guarda-civil não pode fazer o uso do aparelho, a Polícia Militar é que terá o trabalho. Ou seja, o custo maior será do Estado”, afirmou o especialista em Segurança Pública José Vicente da Silva Filho.

O professor de Engenharia Civil da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso Peixoto, também defende que campanhas educacionais são mais eficientes que a aquisição do bafômetro e acredita que é preciso aumentar fiscalização visando carros com movimentos suspeitos que indiquem que o motorista bebeu, como troca de faixa sem coordenação.

Ele faz alerta sobre a qualidade dos aparelhos. “Dependendo da forma como será feito, pode correr o risco de adquirir aparelhos com memória viciada. Por exemplo, se dez pessoas fizerem o teste, as nove primeiras beberam e a última não, pode acontecer de o décimo resultado dar positivo incorretamente.” 




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