Apesar de ter preferido não comentar as dificuldades criadas pela falha no contrato da empresa privada G4S, Nuzman sinalizou que o Brasil trabalhará a questão de forma diferente. "Cada país tem uma situação e, no Brasil, o ministério da Justiça criou uma secretaria para os grandes eventos", afirmou nesta sexta, após participar da abertura da Casa Brasil, em Londres.
Segundo ele, vai funcionar o mesmo esquema usado nos Jogos Pan-Americanos de 2007. "Em 2002, foi decidido o sistema de unidade (entre as três áreas da administração), o que ficou claro no Pan e é assim que vamos seguir."
Nuzman contou que ainda não foram abertas as candidaturas para escolher a empresa de segurança privada que completará o trabalho no Rio. A segurança privada deve ser usada nas instalações dos Jogos pertencentes ao comitê organizador, como a Vila Olímpica. Os locais públicos ficam sob a responsabilidade das forças oficiais. "Existe uma questão de fronteira entre uma área e outra, que precisa ser trabalhada", disse, explicando que o esquema ainda está em discussão.
A empresa privada G4S não conseguirá fornecer todos os 10,4 mil guardas previstos no contrato fechado com Londres 2012. O governo teve de convocar às pressas mais 3,5 mil soldados para cobrir o buraco, fato que levanta grande polêmica no país - outros 1,2 mil soldados estão de prontidão e podem ser chamados caso a falha se mostre ainda mais grave. A segurança é um dos pontos de maior atenção em razão do risco de ataque terrorista no país.
O presidente da G4S, Nick Buckles, disse recentemente em depoimento ao parlamento britânico que a empresa havia desistido de concorrer para o contrato da Rio 2016.
Nuzman evitou qualquer crítica à organização londrina. Ao contrário, repetiu os elogios e reiterou o trabalho de parceria entre os dois países. "Os acertos (de Londres) são extraordinários e deixam um legado que vai entrar para a história dos Jogos", afirmou. "Se pudermos fazer para a cidade vencedora da Olimpíada de 2020 metade do que Londres fez por nós, já vou ficar muito feliz."
Ele contou que a parceria também se aplica à cerimônia de encerramento. O Brasil tem direito a oito minutos de apresentação, mas os detalhes são mantidos sob sigilo. Conforme Nuzman, será algo integrado à cerimônia londrina.
Sobre a expectativa de desempenho dos atletas brasileiros, o presidente do COB reiterou que o objetivo é praticamente repetir, em Londres, as 15 medalhas obtidas em Pequim, elevando o número de participações em finais. Para 2016, a meta é ousada: ficar entre os dez primeiros colocados.
A Casa Brasil, apresentada nesta sexta-feira à imprensa, funcionará como um "embaixada informal" do País na capital londrina. Sábado, será aberta ao público a exposição de arte e design nacionais, que funcionará até o dia 8 de setembro, com obras que pretendem mostrar que o Brasil é o "país do presente", e não mais o "país do futuro".
Baseada na Sommerset House, tradicional edifício neoclássico à beira do Tâmisa, a Casa Brasil abrigará diversos eventos nas próximas semanas. O local será inaugurado oficialmente no dia 27 de julho, data da cerimônia de abertura da Olimpíada, com a expectativa da presença da presidente Dilma Rousseff.
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