Setecidades Titulo Segurança pública
Grande ABC tem 56% dos latrocínios esclarecidos

Índice é superior ao de casos de homicídios solucionados no mesmo período

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
12/08/2013 | 07:00
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Modalidade criminal que registrou alta no Grande ABC neste ano, o latrocínio vem sendo combatido pelas forças de segurança. Segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, a região teve até o fim de maio 14 casos esclarecidos, ou seja, 56% dos roubos seguidos de morte tiveram ao menos os autores identificados e levados à Justiça (veja os números acima).

O índice é superior ao de casos de homicídios solucionados no mesmo período, com 34,8% das ocorrências esclarecidas (leia mais ao lado).

Em abril, o Diário já alertava para o constante crescimento do número de latrocínios. Os dados divulgados pela Pasta comprovam que o crime virou preocupação recorrente. Entre janeiro e maio do ano passado, foram registradas oito ocorrências do tipo nas sete cidades. Neste ano, no mesmo período, o número de casos mais que triplicou.

Mais que o aumento nos casos, algumas das ocorrências registradas no Grande ABC ganharam repercussão nacional, como foi o caso da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46 anos, queimada viva em seu consultório em abril, em São Bernardo, e do operador de máquinas Ronaldo Rodrigues, 42, morto com um tiro na cabeça dentro de seu carro, no Centro de Diadema, em janeiro.

Em ambos os casos, no entanto, a resposta foi rápida, com os acusados detidos e os inquéritos policiais considerados solucionados.

“(O latrocínio) era nossa maior preocupação. E focamos o trabalho necessário para coibi-lo”, destacou o diretor do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), delegado Paulo Afonso Bicudo, responsável pela Polícia Civil nas cidades da região.

Segundo Bicudo, reuniões foram feitas para que ao menos houvesse a identificação dos autores rapidamente após o caso de latrocínio ser consumado. Na opinião do diretor, a principal forma de combater a modalidade criminal é intimidar os criminosos, mostrando que as autoridades estão presentes.

“Esse crime foge da questão preventiva, pois não existe uma lógica. O cidadão não quer morrer e o Estado tem que preservar sua vida. Por isso, nosso trabalho é mais de inteligência”, destacou Bicudo.

O diretor do Demacro ressalta que há incentivo para os policiais da região solucionarem os casos de latrocínios. Entre as ferramentas utilizadas para o esclarecimento dos crimes está o diálogo entre as polícias Civil e Militar.

“Em poucas épocas presenciei diálogo tão próximo e positivo com a Polícia Militar como nesta. A parceria é necessária para que haja o policiamento preventivo nos locais onde foram registradas ocorrências e, assim, no mínimo, evitar que elas se repitam nos mesmos lugares”, afirmou o delegado.

O foco do Demacro na região é justificável, já que 75% dos latrocínios registrados na Grande São Paulo no período aconteceram aqui.

No perfil do crime traçado pelas polícias, a maioria das vítimas é homem e os autores estariam sob o efeito de drogas. Por isso, a recomendação é que não haja reação durante a abordagem dos criminosos.

Assassinatos continuam com mesma média de resolução

Se nos esclarecimentos de latrocínios o Grande ABC aparece com destaque e números positivos, nos dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública sobre os homicídios dolosos a região não mostra evolução.

Em fevereiro, o Diário divulgou o balanço de produtividade da polícia em 2012 e, na ocasião, a média era de um caso esclarecido para cada três registrados nas sete cidades no ano.

Segundo a Pasta, até junho houve aumento no número de ocorrências de homicídios no Grande ABC na comparação entre este ano e 2012. Mas apenas 34,8% desses registros se transformaram em autuação de algum acusado.

O aumento da produtividade nos casos de homicídios dolosos era uma das metas dos três delegados seccionais de polícia da região no começo do ano. Mudanças foram feitas no sistema de investigação, com compartilhamento de informações entre delegacias especializadas e de bairro, e a polícia espera que até o fim do ano o índice apresente crescimento.  




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