Não se trata de previsão, mas de antecipação, 'Vijay and I' tem sucesso garantido no Brasil por ser uma saborosa comédia, calcada no disfarce ou na arte de enganar com boas intenções.

O título e o trailer já constituem uma enganação, pois sugerem ser um filme indiano ou em coprodução com os Estados Unidos. Mas trata-se de produto da União Europeia, numa coprodução alemã-luxemburguesa-belga.

Para se entender a outra enganação, é preciso contar o filme. Porém, isso não atrapalha o prazer de quem for ver 'Vijay and I', porque não se trata de policial com suspense, mas de deliciosa comédia envolvendo um amigo do peito, uma mulher que se julga viúva e uma filha, que logo descobre não estar órfã.

A história começa mostrando um ator norte-americano de programa infantil, com corpo e rosto cobertos por um disfarce cafona de coelho, frustrado por desejar atuar de verdade. No dia de seu aniversário de 40 anos, numa sexta-feira 13, ninguém se lembra da data. Ainda por cima, ele tem o carro roubado.

Sentindo-se desmoralizado e mal-amado, Bill se refugia na casa do amigo Rad e, na manhã seguinte, vê na televisão a notícia de sua morte, pois seu carro tinha sofrido um acidente e queimado no incêndio. Em lugar de telefonar para a mulher e dizer estar vivo, Bill decide se fazer de morto e ir ao enterro, disfarçado num indiano siki, para saber o que os amigos pensavam dele.

Ora, a suposta viúva fica encantada pela figura do indiano Vijay e sua mudança de identidade e de personalidade se torna um sucesso. Mesmo a paixão sexual se acende na bela viúva, que passara dois anos sem fazer amor com o ridículo marido, cujo disfarce como coelho para a televisão matava qualquer tesão. Moral do filme: um bom disfarce pode salvar muitos casais da rotina e do menosprezo provocado pelo cotidiano.