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Essência própria

Cantora Dora Vergueiro explora os anos 1970
em disco de múltiplos sons, que chega às lojas

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
03/07/2013 | 07:27
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Divulgação


Quando Dora Vergueiro lança um disco, costuma deixar que o nome da obra surja como que por escolha própria. Aos 21 anos, na suave juventude, lançou 'Leve'. Em seguida, em uma fase mais cigana, fez 'Pé na Estrada'. 'Samba Valente' veio com temas do gênero e a coragem de se expor em um trabalho autoral.Cantora Dora Vergueiro explora os anos 1970<br>em disco de múltiplos sons, que chega às lojas, que ficou 'Dora Vergueiro' (Biscoito Fino, preço médio R$ 32).


“Nenhum nome escolheu o trabalho, era eu mesma, de corpo e alma, com todas as minhas vertentes de Gêmeos com ascendente em Gêmeos”, conta ela.

Os anos 1970 colorem a obra em muitos aspectos. A sonoridade mais aberta, reflexo do período onde todo mundo se permitiu novos experimentos, está presente ao longo das dez faixas que compõem a obra. “Cresci ouvindo Bob Marley, Janis Joplin, Mutantes, Tim Maia, Caetano, Gil, Chico, Rolling Stones. As minhas referências são muito setentistas, gosto também das modas, das ideologias”, explica. “O Marlon (Sette, produtor musical) trouxe um naipe de sopros muito marcante”, completa, referindo-se à receita que é das mais interessantes do álbum, presente em faixas como 'Vento Leste', 'De Ponta Cabeça', 'Estranho Amor' e 'Clareou'.


O samba é recorrência certeira, mas com muita abertura, também, o flerte com o gênero é em vários graus e estilos. Samba de gafieira, samba rock, samba-canção, há de tudo um pouco. Clara Nunes e Cartola são mais dois dos ingredientes que o disco traz. A intérprete mineira é homenageada com 'Ijexá', que é acompanhada de 'Mamãe Oxum', de autoria própria. Cartola é evocado em 'Meu Drama', clássico de Silas de Oliveira e Joaquim Ilarindo que ficou imortalizado pela voz do sambista.


“O Cartola é a segunda vez que regravo. Dele, não preciso nem falar. Ouvi a vida inteira, tem um quadro dele abraçado ao meu pai (o músico Carlinhos Vergueiro) na sala de casa. Acho um mestre, de voz doce e história linda.”

Com várias faixas autorais, a maioria em parceria – com gente que vai desde Toquinho, o jovem sambista Rogê, até a amiga Izabella Rocha, ex-Natiruts –, o álbum guarda um tempero extra: o amadurecimento de Dora como criadora, área em que ela trabalha cada vez mais frequentemente. “Os meus temas, os que estão na minha inspiração, falam da natureza e do amor. Gravo o que me toca o coração. Quero cantar como me sinto: doce, despretensiosa. Quero falar de amor de um jeito tranquilo”, observa ela sobre sua pena criativa. 




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