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Tradiçao e Mocidade sao as favoritas em Sto.André
Adriana Lopes
Da Redaçao
05/03/2000 | 17:53
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Tradiçao de Ouro do ABC e Mocidade Imperial driblaram a falta de luz, de verba e de público e disputam, cabeça com cabeça, uma vaga no Grupo B de Santo André, que mostra seu samba nesta segunda-feira.

Nove mil pessoas sacudiram as arquibancadas neste sábado, durante o desfile de pleiteantes na avenida Apiaí.

A noite do sábado, apesar de quente, começou com uma surpresa desagradável para os organizadores da festa. Um curto-circuito fez com que os equipamentos de som e luminárias ao longo da avenida nao funcionassem até as 21h15, quando a Eletropaulo conseguiu sanar o problema elétrico na Apiaí. O desfile, aberto com os blocos, só começou às 22h.

A Musa, primeira escola de samba pleiteante da programaçao, quase nao entrou na avenida com seu enredo em homenagem a Santo André. O desfile, que teve início às 23h15, durou cerca de 15 minutos, pois a escola só contou com aproximadamente 50 de seus 300 componentes. "Tivemos problemas para arrecadar verba, e mais da metade da escola, chateada por nao ter fantasias, decidiu na última hora nao desfilar. Só nao desistimos em respeito ao público", afirmou o vice-presidente da Musa, Joao Luiz Bueno.

Desanimados, muitos espectadores acabaram indo embora pouco antes da meia-noite. Os que ficaram, porém, sacudiram as arquibancadas com a passagem da Tradiçao de Ouro pela Apiaí. O desfile começou à 0h30 de domingo e levou à avenida cerca de 250 folioes. O samba-enredo Amazonas, Ouro Verde Que Reluz com a Vitória-Régia, em homenagem ao rio da Regiao Norte, foi entoado pelo público.

Com três carros alegóricos e dois tripés, a Tradiçao de Ouro teve o mérito de apresentar a bateria mais sincronizada da noite e o grupo de baianas mais aplaudido pela platéia. Sem abusar do nu feminino, a escola chamou atençao dos espectadores de forma diferente, apresentando como passista o travesti Núbia Barbosa Velasque, 18 anos. Do alto de seus 1,86 m de altura, Núbia exibiu forma física invejável e muito samba no pé.

A Mocidade Imperial, concorrente direta da Tradiçao de Ouro a uma vaga no Grupo B no próximo ano, entrou na avenida à 1h30 com um problema: pontos a menos por nao ter pelo menos dez baianas, o número mínimo exigido pelo regulamento. A escola, porém, soube compensar o público de outras maneiras. O enredo Carnaval, Alô, Alô - uma homenagem à própria escola acabou virando uma apologia a Carmem Miranda, porque astrólogos consultados compararam o destino da Mocidade Imperial à trajetória da cantora - foi representado com criatividade pelas fantasias e carros alegóricos.

Mayara Morena e Graça, a dupla de puxadoras do samba-enredo, também conquistaram a simpatia das arquibancadas. Dois destaques interessantes do desfile da Mocidade: a ala em homenagem aos portugueses, que contou com a participaçao do grupo folclórico Casa dos Açores de Sao Paulo; e a que fez referência à ginga brasileira, representada por cerca de 60 capoeiristas da regiao.




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