Antes de ser inaugurada, a nova ponte sobre o córrego do Oratório, que vai ligar as ruas Aurora, em Santo André, e Augustim Luberte, na Capital, já causa discórdia entre moradores, prefeituras e governo. A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) negociou a saída de moradias em áreas de risco apenas no lado de São Paulo. 

A remoção dos barracos é importante para que o trabalho de contenção das margens continue. Engenheiros do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) revelaram que a próxima licitação para o serviço incluirá apenas a Capital. "Não podemos avançar sobre os moradores", diz o diretor de engenharia e obras, Ronaldo Paiva.

O método utilizado para impedir o assoreamento do córrego foi o chamado ‘gabião'. "É uma técnica antiga, que consiste em formar muros de pedras, presas por arames. Elas permitem a passagem da água e, ao mesmo tempo, seguram a terra, por causa do peso", explica Paiva.

A parede de terra é visível em ambos os lados da ponte. Nas duas cidades também pode-se observar a quantidade de moradias em situação precária, praticamente dentro da água. Na margem de São Paulo, são 27 barracos. De acordo com representantes do moradores, todos serão encaminhados a unidades habitacionais no próximo dia 27. A data é estratégica. O governador José Serra é esperado no dia 28, para a inauguração.

"Vamos negociar com o prefeito de Santo André a saída do restantes destes moradores. O governo está à disposição para conseguirmos fazer a contenção completa. Vamos à mesa para negociar", afirma a secretária de Saneamento e Energia do Estado, Dilma Pena.