A chapa majoritária petista de São Bernardo, encabeçada pelo ex-ministro da Previdência Luiz Marinho, pode ter um vice que recebe sem trabalhar: o atual vice-prefeito da cidade José Roberto de Melo (PTB). Desde o rompimento com o prefeito William Dib (PSB), em agosto, ele abandonou as atividades em seu gabinete, mas não o salário de R$ 9.557,73.
Sete meses após entrevista exclusiva dada ao Diário, quando revelou sentir-se "desconfortável por não exercer atividades ligadas à Prefeitura" , Melo não ocupa mais a cadeira de segundo homem público mais importante do município. Funcionários do Paço asseguram que o petebista não dá expediente há pelo menos seis meses.
O ex-aliado de Dib nega as denúncias e garante que continua "cumprindo horário" . No entanto, Melo não revela que tipo de atividade vem exercendo no Executivo. "É difícil porque não temos funções específicas. Como estou rompido, vou lá cumprir horário."
O discurso muda de tom quando é informado que a Prefeitura confirma sua ausência. "Estou indo pelo menos três ou quatro vezes por semana. Tenho participado de reuniões, sempre no período da manhã; à tarde procuro fazer meus contatos", justifica.
O prefeito William Dib não quis comentar o assunto, porém, em nota oficial, a assessoria de imprensa confirmou que 15 dias após o rompimento com o bloco governista "Melo não tem sido visto em seu gabinete pelos funcionários do 17º andar, onde se encontra a sala do vice-prefeito".
O ex-governista diz ter como provar que comparece ao local de trabalho. "Eles estão muito mal-informados. Posso garantir que estou indo ao gabinete e não vou deixar o posto porque, assim como Dib, fui eleito para representar a população da cidade", sustenta.
REELEIÇÃO - Indagado se a permanência no posto estaria atrelada ao uso da máquina para facilitar sua suposta campanha à reeleição, na chapa encabeçada pelo petista Marinho, Melo afirma: "Se eu não vou (ao Paço) dizem que não trabalho, se vou dizem que estou usando a máquina. Não existe um dono da Prefeitura, mas pessoas para administrar a cidade."
Na opinião de Melo, sua freqüência no Paço o classifica "legitimamente como vice eleito" e não como "oportunista". "O fato de estar no gabinete não significa que estou me promovendo, senão, o prefeito também não poderia mais despachar, afinal, ele também apóia um candidato."
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