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Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
11/10/2006 | 21:05
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O Grito 2- Havia aspectos no primeiro O Grito (2004) que até o safavam do monte medíocre de j-horrors for export (recentes filmes japoneses de terror) e sua coletânea de assombrações femininas – que devem ter tirado o sono de muito encanador, já que para aterrorizar mortais insistiam em compatibilizar encanamentos e suas cabeleiras quilométricas. Nada, porém, que justificasse a segunda vez, a continuação do filme pertencente a gênero natimorto, que parecia esgotado no instante da criação.

O diretor Takashi Shimizu prossegue na verdade não apenas o primeiro O Grito, produzido nos Estados Unidos. Continua uma série iniciada no Japão, com quatro filmes, batizada Ju-On. Aproveita-se da alta aceitação que o tal j-horror angariou. Uma aceitação com sinais de saturação.

A história procura uma nova imbricação familiar. Agora, além da tragédia consangüínea que originou os fantasmas de mãe e filho que ao longo do filme testam a resistência das bexigas de suas vítimas, há também a entrada em cena da irmã (Amber Tamblyn) da protagonista do filme original (Sarah Michelle Gellar). Mocinha empenhada em investigar quem ou o que condenou a irmã mais velha a um leito de hospital quando trabalhava como enfermeira no Japão. Descobre uma maldição que deve, em curtíssimo prazo, ceifar várias pessoas de alguma forma ligadas aos fantasmas.

Shimizu demonstra um desespero na criação de atmosferas, com luzes que se apagam bruscamente e olhos que antecipam a franca perdição dos futuros cadáveres do filme. Poucos são os que funcionam. É, de certa forma, a constatação de que cabelão negro, grunhidos sufocados e excesso de pancake no rosto, dados suplementares do terror tecnipônico, já não põem muito medo. É a falência de um maneirismo, enfim.

O GRITO 2 (The Grudge 2, EUA, 2006). Dir.: Takashi Shimizu. Com Amber Tamblyn, Sarah Michelle Gellar, Edison Chen, Jennifer Beals. Estréia nesta quinta-feira no ABC Plaza 7, Shopping ABC 3, Extra Anchieta 9, Metrópole 3, Central Plaza 8 e circuito. Duração: 105 minutos. Classificação etária: 14 anos.

Crônica de uma fuga - Ainda há feridas das ditaduras latino-americanas a tratar, tão recentes que são na memória. Adrián Caetano prova isso ao retomar o despotismo na Argentina em filme que mescla suspense e política, e é derivado de um caso verídico.

O goleiro de um time de segunda divisão é preso por agentes do governo em 1977. Desconhece os motivos de sua prisão até descobrir que foi usado em um esquema de militantes da revolução para fugir à vigilância do regime.

Na prisão, onde permanecerá por quatro meses, torna-se amigo de outros três detentos e com eles bola um plano para escapar. Terão uma só chance para escapar do cativeiro e se ocultar em Buenos Aires. Detalhe: por força das circunstâncias, terão de fugir completamente nus.

CRÔNICA DE UMA FUGA (Crónica de una Fuga, Argentina, 2006). Dir.: Adrián Caetano. Com Rodrigo de La Sierna, Pablo Echarri. Estréia nesta quinta-feira no Espaço Unibanco 3. Duração: 103 minutos. Classificação etária: 14 anos.

Pintar ou fazer amor - Amor, sexo e algumas estripulias mais aos quarenta. Em seu filme de estréia, os irmãos Laurrie elegem dois casais de quarentões como personagens para observar afeto e desejo.

Uma pintora de ocasião (Sabine Azéma) descobre casa de campo que parece perfeita para exercer suas composições. Ruma para lá com o marido (Daniel Auteuil, constante colaborador de Truffaut), com quem vive há 30 anos uma relação um tanto ressecada. Passam a nutrir intimidades com o prefeito, cego, da cidadezinha (Sergi López) e a respectiva mulher (Amira Casar).

Swing (troca de casais), sim. Mas com tinta a óleo, afeto e maturidade.

PINTAR OU FAZER AMOR (Peindre ou Faire l’Amour, França, 2005). Dir.: Arnaud e Jean-Marie Laurrie. Com Sabine Azéma, Daniel Auteuil, Sergi López, Amira Casar. Estréia nesta quinta-feira no HSBC Belas Artes 2 e Reserva Cultural 1. Duração: 100 minutos. Classificação etária: 16 anos.




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