O otimismo do consumidor recuou 1,3% em novembro na comparação com outubro, informou ontem a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Apesar disso, o Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor) permaneceu em patamar elevado, aos 119,1 pontos, nível acima da média histórica. O Inec possui base fixa de 100 pontos - acima deste valor, a expectativa é positiva.

O índice apontou queda do otimismo do consumidor em relação ao emprego nos próximos seis meses. Também aumentaram as expectativas em relação ao endividamento e à inflação. De acordo com os dados da CNI, o indicador de perspectiva do consumidor em relação ao desemprego recuou 8,5% em novembro ante outubro e atingiu 142,7 pontos.

Conforme a confederação, isso indica que aumentou o percentual de pessoas que esperam aumento do desemprego. "Não obstante, apesar da forte queda, o índice permanece bem acima da sua média histórica e do registrado durante todo o primeiro semestre de 2010", informou a pesquisa.

A expectativa dos brasileiros, segundo o Inec, também é de aumento do endividamento. "O percentual dos que afirmam estar mais endividados subiu e, por isso, o índice recuou 4%, chegando a 109,5 pontos", registrou o estudo. O componente do Inec ligado à expectativa de alta da inflação recuou 1,6% em relação a outubro, para 120,3 pontos.

Na prática, isso significa que aumentou a proporção dos consumidores que esperam inflação maior nos próximos meses. Para a CNI, no entanto, o índice segue em expansão, "7% acima da sua média histórica, o que mostra a permanência do otimismo elevado em relação à inflação".

RENDA - O Inec revelou ainda dados positivos em relação à expectativa dos consumidores quanto à própria renda.

O componente apresentou alta de 2,9% em novembro ante outubro, para 116,7 pontos. Os indicadores de situação financeira (117,7 pontos) e compras de maior valor (115,8 pontos) seguiram estáveis em relação a outubro. A pesquisa, realizada pelo Ibope Inteligência, ouviu 2002 consumidores de todo o País entre os dias 11 e 16.