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Tendência é nao produzir lixo
Maurício Rodrigues
Da Redaçao
21/09/2000 | 19:08
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A volta ao passado é a tendência mais moderna para melhorar a qualidade de vida no planeta. A socióloga Elisabeth Grimberg, 45 anos, diretora do Instituto Pólis-Formaçao, Assessoria e Estudos em Políticas Sociais, explicou que, nos países desenvolvidos, a consciência ambiental busca nao apenas reciclar os materiais. "O atual objetivo do cidadao é diminuir a quantidade de lixo produzida", explicou a diretora. Um exemplo é rejeitar o uso de copos descartáveis. "Dentro dessa consciência, está se tornando charmoso portar o próprio copo, principalmente de vidro", disse Elisabeth.

Para a socióloga, essa conscientizaçao deve funcionar no âmbito individual, nos procedimentos das empresas e nas políticas públicas ambientais. "A luta atual é pela qualidade de vida. É viver com menos poluiçao, reaproveitando os materiais e exigindo leis que controlem as açoes das empresas", comentou Elisabeth.

A consciência do cidadao dos países desenvolvidos ressuscita objetos que estao em vias de extinçao entre a maioria das donas de casa brasileiras. Atualmente, um morador da Alemanha ou da França nao utiliza sacos plásticos do mercado para levar as mercadorias. "O comum é usar a sacola de pano ou o carrinho de feira. Além de procurar nao comprar alimentos condicionados em bandejas de isopor e embrulhados em filme", disse.

Outra tendência é evitar o consumo de utensílios descartáveis. "Em nome da higiene, os alimentos sao servidos em pratos plásticos, principalmente nos restaurantes por quilo. O ideal é utilizar pratos de louça e copos de vidro. Depois exigir dos órgaos de saúde pública a fiscalizaçao dos procedimentos de limpeza", explicou a socióloga.

Nas empresas, ela propoe medidas, que, à primeira vista, parecem pao-durismo do patrao. Entre os procedimentos aparecem a uso dos versos do fax, a reutilizaçao dos papéis tipo sulfite, transformados em rascunhos. "As mesas devem ser equipadas de duas caixas para receber esse papel. Uma para o reutilizável e a outra para o material a ser reciclado", disse a diretora.

As instituiçoes públicas deverao criar leis obrigando as empresas a coletarem materiais que provoquem impacto ambiental. "As fábricas de pilhas e baterias de celulares fazem isso. Os fabricantes de pneus deverao fazer isso no próximo ano", comentou Elisabeth. As indústrias também deverao apresentar produtos mais duráveis. "Evita a tendência de que sai mais barato comprar novo do que arrumar", concluiu.




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