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Favela Naval vive manhã de apreensão
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
02/07/2009 | 07:26
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A presença de um batalhão da Guarda Civil Municipal e integrantes da Polícia Militar deixou os moradores da Favela Naval, em Diadema, apreensivos na manhã de ontem. Os policiais foram convocados para acompanhar o cumprimento de uma liminar expedida pela Justiça que previa o despejo de sete famílias para o prosseguimento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Porém, a mudança na rotina da favela deixou em alerta muitos moradores, que relembraram o assassinato cometido pelo ex-PM Rambo, que em 1997 tornou a Naval nacionalmente conhecida. Diferentemente daquela época, não houve cenas de truculência. A própria Polícia Militar decidiu adiar a determinação da Justiça por considerar que não havia segurança suficiente.

"Logo cedo vimos a movimentação da polícia e dos caminhões que queriam levar nossa mudança. Todo mundo ficou desesperado", contou Terezinha Maria Ferreira, 48 anos.

As sete famílias, alvos da ação, ganharam o direito de permanecer no local até amanhã. O presidente da associação de moradores, Carlos Antonio Rodrigues, conhecido como Tato, 45 anos, disse que a resistência ocorreu porque a população não foi indenizada pelas casas. "Não queremos barrar o progresso do bairro. O pessoal está correndo atrás de aluguéis para deixar a área até amanhã. Depois vamos tentar achar uma solução via Justiça."

A Prefeitura disponibiliza auxílio-aluguel mensal de R$ 350 até o término das obras, quando os moradores receberão apartamentos. Os donos das casas de alvenaria terão a indenização abatida no valor do novo imóvel que custa em torno de R$ 29 mil. Das 336 famílias que estão no traçado que compromete as obras do PAC, 170 já deixaram a favela, segundo a Prefeitura.

"A desocupação é uma necessidade. Temos mais de 160 famílias que há seis meses estão morando de aluguel e aguardam as novas edificações. Qualquer atraso gerado pela resistência em deixar a área afeta diretamente essas pessoas", justificou o secretário de Habitação, Márcio Luiz Vale.




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