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Livro conta a história de Diadema
José Carlos Pegorim
Da Redaçao
04/12/1999 | 16:04
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Diadema nao tem prédios tombados pelo patrimônio histórico, mas tem caminhos de interesse histórico por onde correram os fluxos de pessoas e negócios que conformaram a cidade no seu desenho atual. A história de Diadema se fez por seus caminhos e, partindo desse ponto de vista, será lançado amanha o primeiro livro contando como a cidade nasceu e por onde andou.

Diadema: Caminhos e Lugares - uma primeira viagem por suas referências históricas é uma obra coletiva das equipes do Centro de Memória e do Departamento de Cultura e faz parte das comemoraçoes dos 40 anos da cidade. Em 96 páginas e 40 fotografias, o livro registra a memória de Diadema com base nas suas antigas estradas e avenidas, fábricas, escolas, chácaras, sedes do poder político e locais de lazer público.

As informaçoes reunidas no livro poderiam ser encontradas nos arquivos da cidade, mas a demanda por um volume sistemático era comum tanto a estudantes quanto a empresários locais, disse a diretora de Cultura de Diadema, Marta de Betânia Juliano. "É a hora de publicar para que a história fique registrada".

Caminhos - O partido tomado pelo livro é que Diadema, sem prédios marcantes e reconhecidos como patrimônio formal, nao se adapta bem a um modelo tradicional de livro de história, com fotos abundantes do patrimônio arquitetônico. A opçao foi mostrar os vários caminhos que deram origem à cidade e seus locais de interesse histórico.

Partindo do Jabaquara, em Sao Paulo, o percurso do trólebus, que já foi a estrada SP-180 (depois municipalizada), existe pelo menos desde a virada do século. A avenida Alda foi aberta nos anos 20, quando surgiram os primeiros loteamentos de chácaras na Vila Conceiçao e no Eldorado. A estrada da jararaca (hoje com vários nomes, entre eles avenida Brasília) ligava a regiao da Praça da Arvore, onde parava Sao Paulo, com a Vila Conceiçao, origem do núcleo urbano da cidade. E havia também a estrada da Agua Funda, junto ao zoológico.

As fábricas chegaram no começo dos anos 50, pelo lado de Piraporinha, mais próximo à Anchieta. A primeira foi a Inbra, que ainda existe, na avenida Fagundes de Oliveira. De Piraporinha se expandiram pelo bairro Casa Grande, Vila Nogueira, Canhema e Serraria - até que, hoje, apenas a Vila Eldorado, na zona de manancial, nao tem indústria instalada.

A cidade nasceu dos loteamentos de chácaras de veraneio na Vila Conceiçao, ainda parte de Sao Bernardo da Borda do Campo, para o morador de Sao Paulo - algo como uma Atibaia das primeiras décadas do século. Conviveu com olarias e carvoarias até que, nos anos 60, durante o surto industrial, as chácaras foram loteadas e deram lugar às fábricas modernas.

O livro traz fotos das escolas de três das quatro vilas iniciais, Conceiçao, Eldorado, Taboao e Piraporinha (que ficou sem registro). Registra as sedes do poder - as duas prefeituras, fórum e Câmara - e a primeira área de lazer público, o parque da fonte, entre a avenida Antônio Piranga e a rua Amélia Eugênia, no Centro, neste domingo, denominado Pousada dos Jesuítas.

Onde encontrar - A tiragem inicial de Caminhos e Lugares, de 5 mil exemplares, vai ser distribuída pelas bibliotecas públicas, escolas estaduais e municipais, centros culturais e instituiçoes do Estado. O lançamento será no Centro Cultural de Diadema (rua Graciosa, 300, Centro), primeira instituiçao cultural da cidade, às 19h30. Segundo Betânia, até abril deverá ser lançado o primeiro volume da história dos bairros da cidade, numa agenda que, até o fim do ano que vem, deverá cobri-la inteiramente.




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