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BO eletrônico cria 'ilha' de eficiência na PM
Renata Turbiani
Da Redaçao
20/11/2000 | 19:29
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  Faz tempo que pensar em polícia militar e civil é sinônimo de viaturas caindo aos pedaços, contingente desfalcado e computadores pré-históricos, entre outras tantas carências. Mas nem tudo está perdido. Pouco a pouco, o poder público está desenvolvendo em cada um dos Estados uma interface de atendimento ao cidadao pela Internet, sobretudo para agilizar o trabalho dos distritos policiais, nos quais as pessoas sao obrigadas a passar longas horas para registrar uma ocorrência.

No caso de Sao Paulo, a Delegacia Eletrônica criada pelo governo do Estado (www.policia-civ.sp.gov.br) deverá em breve cumprir uma nova etapa de desenvolvimento, ampliando a gama de serviços que atualmente é oferecida ao internauta. A partir de 2001, será possível fazer registros de furto ou extravio de aparelhos de telefonia móvel celular e pagers, bem como de furto de placas de veículos. O serviço mantido atualmente, inaugurado em janeiro deste ano, permite que a populaçao registre ocorrência de furto de veículos, furto ou extravio de documentos e desaparecimento ou encontro de pessoas (ocorridos no Estado).

Mas nao é só na interface com o cidadao que o governo vem tentando alcançar os benefícios da tecnologia. Em setembro passado, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de Sao Paulo também desenvolveu o Infocrim, uma intranet que permite mapear os crimes ocorridos na regiao da Grande Sao Paulo a partir de informaçoes dos boletins de ocorrência, como tipo de crime, dia, hora e local. Por enquanto, o Inforcrim interliga 93 Distritos Policiais, nove Delegacias da Mulher e 79 unidades da Polícia Militar.

Segundo Alexandre Schneider, chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública, cerca de 500 BOs mensais entram na Intranet por meio de um programa escrito em Clipper, em uma conexao de 2,4 kbps diretamente ao mainframe da Polícia Civil. A partir daí, as informaçoes seguem para um servidor Sun com banco de dados Oracle, no qual sao trabalhadas para produzir estatísticas e mapas. Mas esse é um sistema provisório, que a partir do ano que vem será mapeado para rede com tecnologia IP.

"Em 2000, também estaremos colocando à disposiçao da populaçao um novo portal de segurança pública com serviços inéditos no país, mas que ainda encontra-se em fase de estudos", revela Schneider.

Outro projeto desenvolvido pela Secretaria da Segurança Pública do Estado, e que já foi aprovado pelo Governo Federal, é a unificaçao do sistema de radiofreqüência das policias civil e militar. Com investimento de R$ 100 milhoes, os policiais, tanto militares quanto civis, poderao se comunicar por meio desse rádio, que terá uma série de aplicaçoes, como o acesso à Internet. Esse sistema, segundo Schneider, será finalizado somente em 2002.

"A entrada da Internet nos sistemas da polícia brasileira permitiu uma série de inovaçoes e com certeza muitas ainda estao por vir", analisa o chefe de gabinete da Secretaria. "Acredito que essa modernizaçao também proporcionará uma especializaçao da polícia no combate aos crimes cometidos na rede ou por meio dela. Além disso, a entrada na Web permitiu agilidade nos nossos serviços, integraçao entre as polícias e um melhor atendimento à populaçao".




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