A Era da Inocência, novo filme do cineasta canadense Denys Arcand que estréia hoje apenas em São Paulo, fecha a trilogia iniciada em 1986, com O Declínio do Império Americano e composta ainda por As Invasões Bárbaras, ganhador do Oscar de filme estrangeiro em 2004.

A conclusão da série que comenta o comportamento humano com muito bom humor abandona os personagens dos dois primeiros filmes. Sai a turma intelectual do professor de História Remy e entra o funcionário público Jean-Marc Leblanc (Marc Labrèche).

Mortificado pelo trabalho estéril no governo canadense e pelo completo desprezo dispensado por mulher (Sylvie Léonard) e filhas, ele encontra um refúgio hedonista em seus sonhos. Desgraçadamente, o homem de meia-idade não retira prazer de nenhuma parte da vida real.

Já no plano onírico, pode ser o que quiser e conquistar o par de pernas que desejar. Na maioria das vezes, suas fantasias o colocam como uma figura da arte (escritor, cantor, ator) e a mulher ideal (a alemã Diane Kruger) sabe o que o aflige e como consolá-lo. Até a chefe insuportável recebe o que merece.

Quando a companheira de carne e osso o abandona por conta do trabalho e de um caso com o chefe, Jean-Marc procura um serviço de encontros e conhece Beatrice (Macha Grenon). Mas a moça é tão acessível quanto uma donzela da Era das Trevas (tradução literal do título original).