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Santo André registra 41 mortes a mais no ano passado
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
31/01/2009 | 07:00
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Santo André teve 41 assassinatos a mais em 2008 comparado a 2007. Foram 110 homicídios dolosos no ano passado contra 69 do ano anterior. As mortes em Santo André ganharam impulso no último trimestre e são atribuídas pelas autoridades policiais a vinganças e acertos de conta envolvendo traficantes. O aumento de 59,42% em Santo André impulsionou a média regional, que cresceu 8,85% e teve 369 casos - passando de um assassinato por dia. Os números da criminalidade no Estado foram divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública.

 Os três meses derradeiros foram responsáveis por 29 do total de assassinatos praticados em Santo André no ano passado. Em 2007, as mortes violentas não chegaram à casa das duas dezenas (foram 18). O novembro mais sangrento dos últimos três anos (com 12 mortes) colaborou para o índice de 16,27 homicídios para cada 100 mil habitantes.

 O delegado responsável pela seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos, reconhece que a situação atingiu um ponto crítico. Ele atribui às movimentações do tráfico de entorpecentes o número excessivo de assassinatos. "Todos os indicativos apontam na direção das drogas", explica.

 As mortes têm características típicas de execuções e ações de extermínio entre facções envolvidas com o tráfico, na visão do delegado. "Alguns dos crimes foram premeditados. Os indícios são tiros na cabeça e cadáveres dispensados em locais diferentes daquele onde foram alvejados."

 Mauá seguiu o fim de ano de horror da cidade vizinha. Sequência de chacinas em outubro fez com que a cidade atingisse o patamar de 20,25 assassinatos por 100 mil habitantes. Os crimes violentos praticados na seccional (que engloba Santo André, Mauá. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) teriam obrigado a Polícia Civil a mapear áreas em parceria com a Polícia Militar. "Também mudamos os métodos de investigação, e isso já traz reflexos", disse Santos.

 São Bernardo apresentou cenário mais ameno, com a quinta queda seguida no índice de homicídios. Foram 64, contra 86 de 2007. Há cinco anos, eram 255. São 7,96 casos para cada 100 mil habitantes. "Cerca de 90% das mortes envolveram pessoas com passagem pela polícia", diz a delegada seccional Elaine Pacheco.

 Diadema ainda lidera o ranking de violência da região, com 21,13 homicídios dolosos por 100 mil habitantes. Os efeitos da Lei Seca parecem ter atingido o limite na cidade, que vê os números absolutos de mortes provocadas aumentarem vagarosamente nos últimos dois anos, depois da queda vertiginosa registrada desde o início da década. O delegado seccional Ivaney Caires Brito foi procurado, mas desfrutava as férias no Litoral e preferiu não se pronunciar.




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