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Planet Hemp lança disco ao vivo
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
24/07/2001 | 19:31
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A trajetória do Planet Hemp (na tradução, Planeta Maconha), nesses quase dez anos de estrada, foi sempre acompanhada da polêmica acusação de que o grupo faz apologia às drogas. No entanto, seu líder e vocalista Marcelo D2 diz que, entre as duas drogas, maconha e cerveja, prefere a segunda. Uma resposta que surpreende, pois a erva é tema de quase a totalidade do repertório da banda e do CD que chega às lojas, MTV Ao Vivo – Planet Hemp (Sony Music, R$ 25 em média).

Das 17 faixas (a primeira é só introdução), pelo menos dez fazem alusão à erva. Para quem diz que isso é marketing, D2 rebate: “Pode ser sim, e qual é o problema? Procuro fazer com que as pessoas comprem meus discos e vejam os shows, porque assim posso mandar minha mensagem. Mas nunca foi proposital falar de maconha. Há dez anos, achavam que falando sobre isso a gente não ia conseguir gravar disco nem tocar em lugar nenhum”.

Para quem gosta mais do Planet Hemp de Usuário (o primeiro disco) que o de A Invasão do Sagaz Homem-Fumaça (que tem mais críticas sociais), a chegada deste registro ao vivo é uma boa notícia.

Quase 50% das selecionadas vêm do álbum de estréia da banda. “Nós não estávamos satisfeitos com a sonoridade dos últimos tempos. Estava plástico demais, muito anos 80, então quisemos resgatar a agressividade do começo”, afirma D2.

Verdade. O MTV Ao Vivo é pauleira pura. Calcados no power trio guitarra, bateria e baixo, D2 e BNegão soltam a voz, urram, fazem barulho e incendeiam a platéia que gravou com eles no Directv Music Hall em 16 de maio deste ano.

Com essa volta às origens, o Planet Hemp recupera suas melhores músicas – ou pelo menos as que mais agradam ao público. É o caso de Legalize Já, Queimando Tudo, Fazendo a Cabeça, Dig Dig Dig (Hempa), Phunky Buddha e Mantenha o Respeito.

Na introdução, D2 rebate críticas dirigidas ao seu trabalho, apresentando uma colagem de opiniões emitidas em programas de rádio. “Tinha uma fita com alguns programas gravados e extraí trechos, alterando a voz das pessoas. Acho isso engraçado. De repente eu vejo gente na mídia que não deve nem ter escutado um disco nosso e que nem me conhece, falando de mim e da minha música”, diz D2.

Esse MTV Ao Vivo deve ser um marco na carreira da banda, que finca os pés no hardcore misturado ao hip hop para continuar na estrada. O novo disco, portanto, deve trazer mais Planet Hemp pesado. Só que apenas a partir de março do próximo ano.

Até lá, o grupo excursionará pelo país para divulgar o MTV Ao Vivo. No final das contas, é um ótimo CD, vigoroso, contagiante. Bom não para quem precisa de ídolos, mas para quem procura uma boa música.




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