A audiência entre os sem-teto e os representantes da Volks ocorreu na manhã desta segunda-feira, no Comando de Policiamento de Área do Grande ABC (CPAM-6), em Santo André. A montadora não quis acordo com os invasores e reivindicou da PM a desocupação imediata do terreno. Eduardo Barros, representante jurídico da Volks, também negou a possibilidade de o terreno ser vendido por um "preço social" - como sugeriram os sem-teto. Segundo ele, a área está à venda pelo valor de mercado. Se algum movimento social desejar comprá-lo, a Volks está aberta a negociações.
Deputados federais e estaduais, além de representantes da seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), foram ao Palácio dos Bandeirantes para tentar negociar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com o ministro das Cidades, Olívio Dutra, uma solução para os sem-teto. No entanto, Alckmin pediu que os invasores deixem o terreno pacificamente, já que não houve acordo com a montadora e não cabe ao governo estadual desapropriar a área. Dutra, por sua vez, defendeu o caminho do diálogo para a solução da crise.
O insucesso nas negociações com a Volks levou centenas de sem-teto a uma passeata no Paço Municipal de São Bernardo, para cobrar da Prefeitura um posicionamento sobre a invasão. Os comerciantes baixaram as portas das lojas, obedecendo orientação da PM. A segurança no Paço foi reforçada, contando com 100 homens da Guarda Municipal.
Contrariando os sem-teto, o prefeito William Dib (PSB) se recusou a recebê-los numa audiência e avisou que a Prefeitura não vai intervir na crise, pois o terreno é particular e o dono dele (a Volks) quer a desocupação.
Justiça - Representantes do MTST também entraram com um agravo no Tribunal de Alçada Cível de São Paulo contra a liminar para reintegração de posse à Volks. Os sem-teto querem a desapropriação do terreno, que abrigava há dois anos uma fábrica de caminhões da montadora.
O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, vai se reunir com o juiz Roque Mesquita, que analisará o recurso dos sem-teto.
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