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Advogados criticam delegado alagoano sobre caso Eloá
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
28/10/2008 | 07:10
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Os advogados de Everaldo Pereira dos Santos e Lindemberg Fernandes Alves criticaram as acusações feitas contra seus clientes pelo diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas, Marcílio Barrenco. Os representantes legais do pai e do ex-namorado de Eloa Cristina da Silva classificaram como levianas as afirmações de que eram parceiros em uma quadrilha com atuação em Santo André.

Ana Lucia Assad e Edson Pereira Belo da Silva, advogados de Lindemberg, disseram que as afirmações de Barrenco são infundadas e levianas. Em nota, dizem que o cliente era um "jovem de bem", que não praticou qualquer ilícito penal antes de 13 de outubro.

Os defensores do ex-namorado de Eloa dizem ainda que as autoridades alagoanas não têm como investigar e confirmar as suspeitas apontadas por Barrenco, por ser algo que estaria fora da jurisdição.

Até o momento, a Polícia Civil de São Paulo ainda não apontou indícios da participação de Everaldo e Lindemberg em grupos criminosos.

Para Ademar Gomes, advogado de Everaldo, as declarações de Barrenco fazem parte de uma movimentação nos bastidores com interesse bastante específico: atribuir a facções criminosas um possível atentado contra a vida de seu cliente. "Pelas declarações recentes, a intenção é evitar que um ataque a Everaldo seja entendido como uma retaliação da própria polícia", explicou.

O advogado afirma que o pai de Eloa tem sido vítima de uma ação coordenada pela polícia alagoana. "Querem caracterizá-lo como um psicopata, o que ele não é. Começam a inventar coisas que não fez para justificar a morte dele amanhã ou depois. Têm sido imparciais e incoerentes."

Gomes ressalta que, com as declarações de Barrenco, a defesa de Everaldo tem subsídio para pedir que ele não se entregue à polícia alagoana. "Com essas falsas acusações, fazem com que ele fique cada vez mais longe, com receio de se apresentar", disse.

O pai de Eloa é acusado de ser braço-direito do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante, líder da ‘Gangue Fardada', quadrilha formada por policiais que atuava com pistolagem, roubo a banco e desmanche de veículos nos anos 1990 em Alagoas.

Everaldo é tido por testemunhas como autor e executor do assassinato, em 1991, do delegado Ricardo Lessa, responsável por conduzir investigações sobre o grupo criminoso e irmão do ex-governador alagoano Ronaldo Lessa.

Sobre o passado de Everaldo, o advogado afirmou que os crimes dos quais é acusado devem ser vistos dentro de um contexto. "Não podemos esquecer que a maioria dos policiais se envolve no combate ao crime e, muitas vezes, têm que agir contra marginais. Estão no fio-da-navalha."

As novas acusações contra Everaldo vêm junto com a informação de que a mãe de Eloa, Ana Cristina Pimentel, também poderia ser indiciada por falsidade ideológica, por não ter denunciado o marido. O advogado desmente essa possibilidade e diz que fica até constrangido em rebater a afirmação. "Qualquer estudante de Direito sabe que a pena para este crime varia entre um e cinco anos de reclusão, prescrevendo em 12 anos. Desta forma, não há mais o que se falar sobre isso."




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