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PT é acusado de reformar sem alvará
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
15/12/2009 | 07:56
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Celso Luiz/DGABC


Enquanto pelo menos três moradores de Mauá tiveram partes de suas casas demolidas pela Prefeitura nos últimos 40 dias, o PT da cidade está sendo acusado de reformar a sede do seu diretório sem autorização para tocar a obra.

O vereador Átila Jacomussi (PV) promete entrar com requerimento na Câmara dos Vereadores hoje para pedir explicações ao prefeito Oswaldo Dias (PT). O parlamentar quer saber se a administração cometeu algum crime ao permitir que o prédio fosse reformado sem a documentação exigida por lei.

A suspeita pegou de surpresa o pescador Daniel Francisco de Souza, 38 anos, que teve a garagem da casa demolida por funcionários da Prefeitura em 16 de novembro. Os fiscais alegaram que a construção foi feita em terreno público. Daniel, por sua vez, argumentou que não foi comunicado pela Prefeitura sobre a demolição e que nenhuma autorização foi apresentada.

"Outros prefeitos nunca fizeram isso, destruir casa de trabalhador. Mas o prédio deles (do partido), eles conseguem fazer de qualquer jeito. Não sei por quê", afirmou Daniel. "Fizemos uma consulta e descobrimos que a obra começou no meio do ano sem alvará de construção. Depois, em 22 de novembro, foi inaugurada sem que tivesse sido expedido o habite-se", diz o vereador Átila. Ele acredita que o prédio deve permanecer fechado até que toda a documentação esteja em ordem.

O imóvel na Rua Santa Helena, 248, na Vila Ana Maria, ganhou segundo andar, portões automáticos e pintura nas cores vermelho, branco e roxo. Ontem à tarde, havia apenas dois funcionários no diretório, fazendo limpeza. Eles disseram que as obras ainda não terminaram. Apesar disso, o prédio abrigou as eleições internas do partido em novembro.

O atual presidente municipal do PT, Hélcio Antonio da Silva, e o presidente eleito, Leandro Dias, não retornaram as ligações feitas pelo Diário ontem.

Moradores dizem que entulho ainda não foi recolhido

A Prefeitura de Mauá não chegou a demolir completamente as casas da Rua Assunção, no Parque das Américas, e das avenidas Manacá, no Jardim Primavera, e Martino Basso, no Jardim Zaíra 3, construídas em terreno público. Por outro lado, não arrumou os muros demolidos nem recolheu o entulho.

"Está para fazer uma semana que eles estiveram aqui e não voltaram mais", afirma Danielle Cristina Pereira, 31 anos, uma das moradoras da Avenida Martino Basso, visitada por funcionários da administração municipal dia 9. "Tem uma casa, em cima da minha, que está quase caindo no meu quintal. Hoje mesmo tinha operários lá, e a Prefeitura não fiscaliza."

Morador da Avenida Manacá, Daniel Francisco de Souza, 38, pediu a abertura de inquérito policial no 2º DP de Mauá. Além de ver a garagem da casa ser demolida, ele foi imobilizado por guardas-civis e teve o carro apreendido no dia em que precisava ir a São Caetano fazer hemodiálise. "O buraco na parede, minha cunhada cobriu com plástico."




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