Na semana passada, o governo finalmente regulamentou a linha Fimac (Financiamento de Material de Construção) com recursos do FGTS, aprovada em janeiro
Na semana passada, o governo finalmente regulamentou a linha Fimac (Financiamento de Material de Construção) com recursos do FGTS, que tinha sido aprovada pelo Conselho Curador do FGTS em janeiro passado. Com juros de 1% ao mês, o Fimac/FGTS tem limite de financiamento de até R$ 20 mil, prazo de pagamento de até 120 meses (dez anos) e o dinheiro não será descontado do FGTS do trabalhador. A medida deve beneficiar, sobretudo, quem precisa fazer pequenas reformas, já que a média de empréstimos para esse tipo de obra é de R$ 8.000.
Como integrante do conselho curador, acredito que a nova linha vai fortalecer o desempenho do setor de material de construção, que sofreu em 2012 com a falta de crédito no mercado. Apesar dos seguidos anúncios de redução dos juros, o consumidor ainda não estava encontrando taxas de juros mais baixas no mercado e isso fez com que se iniciasse um processo de desconfiança do nosso cliente (quando não tem dinheiro sobrando, o nosso consumidor passa a investir em itens de primeira necessidade). Além disso, o nosso setor, hoje, concorre com segmentos como eletroeletrônicos e automóveis e, diferentemente desses setores, precisa de um planejamento maior, afinal, de nada adianta comprar somente o piso - o cliente quer o piso instalado e isso implica contratação de mão de obra especializada.
É verdade que a linha esbarrou em uma série de questões burocráticas, mas o que importa é que a partir de hoje ela estará disponível ao consumidor e será mais um instrumento de melhoria, ampliação e reforma do estoque de imóveis financiados pelo FGTS. Sem contar que, oferecendo mais acesso ao crédito a juros menores, estamos investindo também na diminuição do déficit habitacional - aproximadamente 6 milhões de brasileiros ainda vivem em casas sem banheiro.
Os juros são de 12% ao ano, ou seja, quase metade dos juros praticados pelas linhas que estão no mercado. O financiamento é destinado a trabalhadores titulares de conta vinculada do FGTS, independente de sua renda familiar bruta, e é válido para imóveis urbanos e rurais. Temos que lembrar que o Brasil tem mais de 50 milhões de imóveis que são como seres vivos, eles precisam de manutenção, seja por causa de uma rachadura na parede ou porque a telha quebrou e causou infiltração. Agora, esse consumidor pode, por exemplo, pegar um empréstimo de R$ 3.000, R$ 4.000 para resolver o problema.
As primeiras liberações de crédito da linha Fimac devem ocorrer em 30 dias e o volume disponível para utilização é de R$ 300 milhões, mas pode chegar a R$ 1 bilhão, dependendo da demanda. O impacto da medida será muito positivo para o mercado, afinal são 138 mil lojas de material de construção no País, sendo 98% delas pequenas e médias.
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