A escola Vila Alice abriu ontem a noite de desfiles das principais agremiações de Diadema cantando sobre feira livre. Ao contrário da noite anterior, a festa, desta vez, começou pontualmente às 22h, conforme o programado.

As arquibancadas com capacidade para 4.000 pessoas estavam cheias para assistir a Vila Alice fazer sua apresentação pela avenida.

Em seguida, por volta das 23h, a Estopim da Fiel Torcida foi a segunda a entrar na Avenida Doutor Ulysses Guimarães. A agremiação fez homenagem à arte circense. A noite ainda teria Unidos do Serraria, Vila Nogueira, Raposa do Campanário e Unidos da Santa Cruz.

Acesso - Com uma hora de atraso, a Tradição Centro Sul iniciou a sequência de desfiles do Grupo de Acesso de Diadema anteontem, às 23h, com um pedido público de desculpas dos diretores da escola.

O presidente da agremiação, Marcelo Anderson Apolinário, justificou a falta de pontualidade com o atraso do carnavalesco que somente às 22h chegou ao sambódromo. "Peço desculpas pelo atraso e pelo péssimo Carnaval que a Tradição vai apresentar neste ano", disse Apolinário antes da agremiação pisar no sambódromo.

O aviso de antemão sobre a qualidade da apresentação acabou confirmado pela falta de entrosamento dos intérpretes e pouco ânimo de boa parte dos componentes.

Meia hora depois do horário previsto para o início dos desfiles, o prefeito Mário Reali (PT) entregou a chave da cidade à corte carnavalesca.

Cantando a Floresta Amazônica, a escola Fantasia e Realidade deu continuidade à Folia, trazendo botos e índios no carro alegórico. Contrariando o tradicional berro masculino na interpretação dos enredos, a voz de Vanessa Reis deu brilho para o desfile.

Mais bem entrosada do que a escola anterior, a Fantasia e Realidade viu seu desempenho ser superado pela sucessora, a Eldorado Estação do Samba, que mostrou ser forte candidata a subir para o Grupo Especial. A escola é a mais jovem do Grupo 2, mas foi a que mais empolgou o público. A Eldorado apostou o título cantando a história do próprio bairro, o maior e mais populoso de Diadema.

Entrando na avenida às 2h45, a Unidos da Vila prestou homenagem a um dos maiores símbolos do Carnaval brasileiro, o compositor Cartola - seu samba-enredo tomou emprestado os versos iniciais do clássico As Rosas Não Falam, de autoria do mestre. A escola foi a única a não trazer carro alegórico atrás da comissão de frente, deixando o mais bonito para o fim: uma grande imagem de Cartola com o Morro da Mangueira ao fundo.

Mocidade do Jardim Inamar fechou a primeira noite de desfiles com O Cheiro Agradável que Exala ao Ar Vem do Jardim Inamar, que contou a história do bairro passando pelo borboletário, o Polo de Cosméticos e o observatório astronômico. A vermelho, branco e preto levou o maior carro alegórico à passarela do samba, com cerca de seis metros de comprimento.

Destaques - Grande destaque da primeira noite de Folia, o travesti Adriano Pereira Gomes mostrou muita disposição e, é claro, samba no pé. Desfilando em três das cinco escolas que passaram na avenida no primeiro dia de desfiles, Adriano voltou à passarela ontem para se apresentar em mais quatro agremiações. "Eu amo o Carnaval de Diadema."

- Se nas arquibancadas montadas na Avenida Doutor Ulysses Guimarães cerca de 4.000 pessoas acompanharam a passagem das escolas, do lado de fora se concentrava um público quatro vezes maior. Formado principalmente por adolescentes, grande parte nem se interessou pelos desfiles propriamente ditos e aproveitou a noite para procurar outras formas de diversão.

- Segundo a Polícia Militar, 20 mil pessoas participaram do primeiro dia de Carnaval. No entanto, nem os policiais nem o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), registraram ocorrência grave.

- Nada menos do que 1.000 foliões passaram pela avenida ontem. Da concentração à dispersão, os integrantes das escolas percorreram 400 metros.

- Uma integrante da ala das baianas da Unidos da Vila passou mal, desmaiou e precisou ser socorrida na própria avenida.