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Santo André encontra focos de mosquito da dengue
Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
19/04/2001 | 20:22
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  Dois focos do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, foram encontrados esta semana na região central de Santo André. Três mosquitos foram levados para o Departamento de Controle de Zoonoses por uma moradora da rua Carijós, na Vila Linda. Outros dois exemplares foram encontrados por técnicos do departamento na avenida Queirós dos Santos, no bairro Casa Branca. Esses foram os primeiros mosquitos adultos do Aedes aegypti encontrados este ano no Grande ABC.

Para impedir a dispersão dos focos para outros bairros da cidade, o Departamento de Vigilância à Saúde de Santo André programou para esse fim de semana – sábado e domingo – uma operação de combate ao mosquito que será realizada nos dois bairros.

A gerente de Controle de Zoonoses, Maria Adelaide Gonzalez, explicou que no sábado será feita a termonebulização (fumacê) nas ruas, a partir das 14h; e no domingo, durante todo o dia, os agentes visitarão as casas e farão pulverização em portas e janelas. Serão incluídas todas as ruas e imóveis localizados nos nove quarteirões ao redor dos dois focos encontrados na rua Carijós e na avenida Queirós dos Santos.

De acordo com Adelaide, o sucesso da operação depende também da colaboração das pessoas. No sábado, elas deverão ficar dentro de casa com os animais domésticos durante a termonebulização e nos dez minutos seguintes. “É uma prevenção para que ninguém tenha reações ao veneno”, disse.

No domingo, as pessoas terão que sair de casas e levar os animais durante a visita dos agentes de controle, que deve demorar meia hora. Os moradores também deverão deixar cobertos alimentos e utensílios domésticos para evitar que eles sejam contaminados durante a pulverização das portas e janelas, locais onde o mosquito pode se abrigar.

De acordo com Adelaide, os mosquitos encontrados esta semana na cidade não serão enviados para análise a fim de identificar possível contaminação. “Além dos laboratórios não terem como atender a esse tipo de demanda, basta que haja doentes na cidade para que haja a possibilidade de infecção do mosquito. Por isso temos de acabar com o inseto de qualquer jeito, infectado ou não”, explicou.

Santo André tinha até esta quinta 87 casos de dengue notificados, sendo 23 confirmados. Todos os testes positivos eram de pessoas que haviam estado em outras regiões de São Paulo e do país onde existe epidemia da doença (casos importados). Há dois casos suspeitos sem histórico de viagem, isto é, as pessoas podem ter pego dengue na cidade caso os exames confirmem a doença (casos autóctones). Os resultados da análise desses dois casos ainda não estão prontos.

Adelaide explicou que muito provavelmente os mosquitos encontrados não estejam contaminados porque foram retirados do criadouro. “Isso quer dizer que eles tinham acabado de eclodir e que não houve tempo para dispersão e possível contaminação.” Ela explicou que o Aedes aegypti, quando passa de larva para mosquito, continua no criadouro durante 24 horas sem se mover. Depois disso voa e não volta ao criadouro.




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