O Jogo das Estrelas, ontem à tarde, no Maracanã, significou muito mais do que um simples encontro anual dos maiores personagens do futebol. A renda (R$ 253.296) será dividida em três partes. Uma para ajudar a família do ex-goleiro Zé Carlos, campeão brasileiro em 1987, que faleceu neste ano; outra para Washington, ídolo do Fluminense nos anos 1980 e que sofre de doença degenerativa; e a última para instituições de caridade. O estádio recebeu mais de 72 mil pessoas (55.821 pagantes), recorde nacional de público em jogos beneficentes.

Além do caráter humanitário, a histórica festa esportiva serviu para selar a paz entre Zico e Romário, que romperam o relacionamento na véspera do Mundial de 1998 na França. Como coordenador da CBF, Zico havia sido acusado pela dispensa de Romário, que se considerou injustiçado. Afinal, ele jurava que a lesão muscular havia desaparecido. Ao inaugurar bar temático no Rio de Janeiro, o Baixinho mandou desenhar as caricaturas, em tom pejorativo, tanto do Galinho quanto do técnico Zagallo na porta do banheiro.

Foram necessários 11 anos para que os dois levantassem a bandeira da paz. "Muitas coisas mudaram em nossas vidas. Ele teve atitude muito digna ao me ligar. Me senti feliz", agradeceu Romário.

No placar, Flamengo 5 x 5 Amigos de Zico. O Galinho marcou três gols e Romário mais dois. Pelo Rubro-Negro, lá estavam, ainda, Gilmar Rinaldi, Adílio, Andrade, Júnior, Renato Gaúcho, Ibson, Leonardo Moura e Adriano. No outro lado, Falcão (marcou um de voleio), Edmundo, Cláudio Adão (e o filho Felipe), Gonçalves, Carlos Germano, Djalminha e Vágner Love. (com Agências)