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MoMA exibe em Berlim obras roubadas por nazistas
Da AFP
05/03/2004 | 15:24
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O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) está exibindo na Neue Nationalgalerie, de Berlim (Alemanha), algumas das obras de arte roubadas pelos nazistas de coleções públicas e particulares alemãs, entre 1933 e 1945, e que foram vendidas no estrangeiro para obter dinheiro em moeda forte.

A exposição, inaugurada em 19 de fevereiro, ficará aberta ao público até 19 de setembro e já foi visitada por mais de 50 mil pessoas, uma cifra recorde, segundo seus organizadores.

Entre as obras roubadas pelos nazistas e exibidas nessa exposição se encontram obras de Paul Klee e uma das mais importantes cenas de rua pintadas pelo expressionista alemão Ernst Ludwig Kirchner, criada entre 1913 e 1914 e que mostra a histórica Potsdamer Platz, no coração de Berlim, no início do século XX.

O saque realizado pelos nazistas foi uma operação chamada "Arte degenerada" ("Entartete Kunst"), pois Hitler considerava degenerada praticamente toda a arte moderna, a qual os nazistas classificavam de "alheia à raça e insana", pois não se baseava "nos fundamentos de uma vida saudável, já que, em sua representação das enfermidades e aberrações da civilização, abusava dos meios e do sentido da arte".

Em 1937, os nazistas chegaram a realizar, na Haus der Kunst de Munique, uma grande exposição sob o título "Arte degenerada", que mostrava - com intenção de desprezar os trabalhos - a evolução da arte moderna com as obras que haviam roubado - ou confiscado, como afirmavam - dos museus estatais e de particulares.

Paul Cézanne, Vincent van Gogh e Paul Gauguin, Marc Chagall, Lovis Corinth, Giorgio De Chirico, Otto Dix, Max Ernst, Vladimir Kandinsky, Paul Klee, Oskar Kokoschka, August Macke, Franz Marc, Henri Matisse, Emil Nolde e Pablo Picasso, entre muitos outros, se encontravam nessa tenebrosa lista de artistas considerados degenerados.

Uma parte das obras roubadas foi leiloada, por encomenda dos nazistas, em 1938 na Galeria Fischer, de Lucerna (Suíça). Outras peças foram queimadas em público em Berlim, em 1939. Muitos dos artistas alemães e europeus que se encontravam na Alemanha, na ocasião, entre eles os ligados ao movimento Bauhaus, foram proibidos de continuar criando obras e tiveram de emigrar.




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