A professora Carmen Baez conta que foi pessoalmente ao DAE (Departamento de Agua e Esgoto) de Sao Bernardo para resolver o problema, mas nao teve sucesso. "No DAE, nao souberam me precisar quando a água iria voltar. A única informaçao que davam, por telefone, é a de que o abastecimento seria normalizado à noite. Só que estamos há sete dias esperando, e o que saiu das minhas torneiras nesse período nao enche um balde."

No domingo, cinco caminhoes-pipa enviados pela Prefeitura abasteceram o bairro. De acordo com Carmen, um dos caminhoes foi direto a sua casa. "De tanto eu reclamar, eles vieram aqui, só que chamei meus vizinhos para pegar também."

A água recebida, porém, nao foi suficiente para todas as ruas. A dona de casa Gislene Vaz de Lima está há cinco dias sem lavar roupa em razao da seca. "Eu tenho filho de colo e preciso dar banho nele todos os dias. Nao dá nem para cozinhar, e a pia e o tanque estao lotados."

Edna Machado concorda com Gislene. "O nosso bairro é esquecido pela Prefeitura. Além dessa falta de água temos problemas com a iluminaçao e a segurança."

Além das residências, a falta de água afetou também o comércio. O Mercado Sambelar, na rua Lázara de Oliveira Leite, teve as vendas de carne prejudicadas, e os proprietários estao lavando o chao com água mineral. "O pessoal nao tem como cozinhar a carne, entao a procura diminuiu. Normalmente, vendemos 1,1 tonelada de carne por semana, nesses sete dias saíram só 700 kg", conta Edilson de Oliveira.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que a falta de água ocorreu em razao de um vazamento que só foi encontrado nesta segunda à tarde. "Os técnicos do DAE terminaram o serviço às 15h15 e abriram a rede de abastecimento. Até o final da noite, as casas estarao recebendo água novamente."