Debaixo de chuva, em alto e bom som, as mulheres de São Bernardo tiveram ontem à tarde a oportunidade de expor sua opinião sobre violência doméstica, condições de trabalho e discriminação durante a caminhada de uma hora para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

A organização do evento estima que cerca de 500 pessoas participaram do evento - apesar do Diário constatar público menor que este. O grupo saiu da Praça Santa Filomena, na Rua Marechal Deodoro, em direção ao Parque da Juventude Città Di Maróstica, o popular Parque de Esportes Radicais.

A partir do tema ‘Mulheres que Constroem a Cidade e a Cidadania', o público discutiu sobre suas conquistas na sociedade. "Reunimos diversos grupos como a terceira idade, as pedreiras, as sindicalistas, as agentes de saúde e o grupo de Mulheres da Paz, do bairro Alvarenga", enumerou gerente de Políticas para as Mulheres da Prefeitura, Dulce Xavier.

O grupo das sindicalistas destacou-se ao falar sobre a discriminação às mulheres no mercado de trabalho, bem como a dificuldade para conseguir uma colocação após os 30 anos de idade.

Participantes do primeiro grupo de pedreiras de São Bernardo também estiveram presentes - 120 formandas receberam o diploma do curso de construção civil emitido pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) em dezembro.

"No canteiro de obras, muitas delas ainda enfrentam resistência por parte dos colegas de trabalho, mas as mulheres são tão profissionais quanto os empregados do sexo masculino", disse Dulce.

ANIMAÇÃO
Integrantes da bateria da escola de samba Acadêmicos da Vila Vivaldi ajudaram a animar os presentes que fizeram uma mescla de militância e gingado. No parque, elas participaram da festa Esquenta da Juventude. Foram realizadas orientações sobre DST/Aids e distribuídos preservativos.