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Ficando maluca com a verificação se uma observação de um amigo é mesmo verdade: a maioria dos gays está usando barba e/ou bigode. Importância? Nenhuma. É a mania de ficar contando coisas nas ruas.
O amigo que encontrei em um evento LGBT me conta de uma mania dele: faz estatísticas de observação de coisas. Observa cem casos e calcula; se me lembro bem, barba e bigode no público gay masculino, apenas 12 % escapavam. Agora reparo que homens, todas as opções, idades, carecas ou não, estão nessa. Ou barba. Ou bigode. Ou ambos. Isso não tem a menor importância, mas é uma loucura quando a gente encasqueta com alguma coisa.
Você tem alguma mania dessas? Por exemplo, meu irmão adora formar palavras com essas novas placas “hieróglifos” Mercosul, letras e números quase irreconhecíveis. Essa placa tirou a possibilidade de uma outra distração, ler de onde vinha o carro, que cidade, qual Estado. É, o trânsito de São Paulo cada vez pior, parado, possibilita essas manias para passar o tempo nos engarrafamentos.
Agora no inverno podemos sair contando pessoas com aqueles casacos ou jaquetas de nylon “puffer”, com gomos ou “gominhos”, acolchoados e volumosos. Dá para contar também uma nova onda e que já tem lojas gigantescas no comércio popular: perucas, todos os tamanhos, cores, formatos e materiais.
Cada vez mais as pessoas querem se modificar. Melhor assim, de forma provisória, não como as celebridades e subcelebridades submetendo-se a arriscadas cirurgias de transformação. Mudar a cor dos olhos com pigmentação, que é como se fosse tatuagem? Alguém, por favor, conta para eles que há muito existem avançadas e seguras lentes de contato coloridas?
Voltando à barba e bigode que tem ocupado meu tempo de distração, a curiosidade sobre o porquê de tantos gays as estarem usando, me levou a questionar a inteligência artificial, o novo oráculo. A resposta: “O bigode, em particular, pode ter associações culturais e históricas, como a masculinidade, a virilidade e até mesmo a transgressão. Em alguns casos, o uso do bigode pode ser uma forma de brincar com essas associações ou de desafiar normas tradicionais de gênero” ...
Ok. Entendido. Vou tentar achar outra observação melhor para contar. Podem me ajudar com alguma indicação? Ah, já cansei de contar camisas de times de futebol e as amarelas da Seleção, de triste memória; e também os hype coquinhos no cocuruto. A invasão de prédios cinza horrorosos na paisagem da cidade.
Aproveitando, Feliz Réveillon do segundo semestre a todos desse ano de 2025 que voa, todos estão observando bem.
Marli Gonçalves é jornalista, consultora de comunicação, editora do site Chumbo Gordo e autora de Feminismo no Cotidiano, da Editora Contexto.
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