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Secretário de Trabalho, Renda e Empreendedorismo, Elton Alves de Carvalho tem um grande desafio em Mauá pelo governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT): tirar do papel o potencial econômico de uma cidade considerada “a esquina do desenvolvimento” pela sua localização, entre São Paulo, maior cidade da América Latina, e o porto de Santos, o maior do Brasil.
Em entrevista ao Diário, o secretário fala sobre geração de emprego, novos projetos, qualificação profissional e a meta de colocar a locomotiva da cidade nos trilhos da tecnologia, com embarque na inteligência artificial, cada vez mais presente na vida da população e do mercado.
RAIO X
Quais são os grandes desafios para geração de emprego e renda em Mauá?
Quando assumimos a Secretaria, a pegamos com 260 empresas cadastradas ofertando vagas de emprego na cidade. Hoje, estamos com 686 oferecendo vagas de emprego, que normalmente geram em torno de 400 a 500 vagas por semana. O desafio é procurar a vaga de emprego e achar a mão de obra para aquele determinado serviço. Estou visitando essas empresas, atendendo suas demandas e procurando cursos que possam qualificar o trabalhador para o mercado do trabalho. A gente está aqui com grandes polos industriais.
O senhor citou os polos industriais, como o do Sertãozinho e o Petroquímico. Como está a sinergia da Secretaria de Trabalho, Renda e Empreendedorismo com outras Pastas para ampliação dessa capacidade de atração de empresas para a cidade?
Estamos interagindo muito bem com as outras secretarias, porque não se faz nada sozinho. Tenho como meu parceiro e amigo, por exemplo, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cícero Martinha, e visitamos as empresas, visando discutir incentivos fiscais para que possamos trazer mais empresas. Estou também em parcerias com a associações como a Aepis (Associação das Empresas do Polo Industrial do Sertãozinho), o Cofip ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC), a Acibam (Associação Condomínio Industrial Barão de Mauá) e Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), para que possamos fazer o melhor a esses empreendedores e empresários na cidade de Mauá.
Segundo dados do Novo Caged, Mauá registrou 14.987 admissões e 13.030 demissões, entre janeiro e abril deste ano, alcançando um saldo de 1.957 empregos. Em 2024, esse número foi de 2.234. Teremos neste ano uma perspectiva mais otimista na geração de postos de trabalho?
Com certeza. Estou batalhando para que isso aconteça. Fizemos o Feirão (do Emprego) recentemente, onde reunimos 3.356 pessoas, das quais encaminhamos 2.550 candidatos. Tivemos uma sobra aí de 800 currículos e nossa equipe está trabalhando no decorrer da semana para tentar achar vagas e linkar esse cidadão ao mercado de trabalho. Então, a projeção é aumentar. Também estamos focados na qualificação profissional e ampliando as parcerias, com instituições como Anhanguera, Cruzeiro do Sul, Senac, Senai e Uniasselvi, para que possamos fazer os cursos profissionalizantes que atendam a essas demandas e assim vamos conseguir aumentar esse saldo no decorrer do ano.
Dentro dos 1.957 empregos de saldo em Mauá nos quatro primeiros meses deste ano,1.371 são do setor de serviços, seguido de 429 na indústria, 284 na construção civil e um saldo negativo em comércio, com 126 postos a menos. Esse cenário era previsto pela Prefeitura?
Esse cenário do comércio era previsto por causa das vagas temporárias do fim do ano. A gente está preparando a equipe, no segundo semestre, para ir aos comércios, visando captação de vagas e aumentar essa demanda no setor comercial pela cidade.
Seguindo sobre o setor de comércio, que registrou saldo negativo, haverá impacto com a chegada do novo shopping na Estação Central?
Vai impactar sim, porque são mais de 2.000 vagas de emprego que serão geradas. Já entramos em contato com a gerência do novo shopping, que vai nos encaminhar essas vagas aqui para a Casa do Trabalhador, e assim poderemos destiná-las ao cidadão que procura trabalho.
Existe uma sinergia entre a Secretaria de Trabalho, Renda e Empreendedorismo com a Pasta de Desenvolvimento Econômico para atrair novos negócios na cidade?
Eu e o Cícero Martinha somos dois secretários totalmente competentes na área da administração pública. Estamos fazendo estudos agora a fim de que possamos atrair investimento para cidade e criar mais incentivos fiscais para trazer esses empreendedores e grandes empresários a Mauá.
Mauá inaugurou recentemente, há menos de um mês, a Casa de Cursos, para qualificação profissional. Quais são os principais setores do mercado de trabalho que serão beneficiados com esse equipamento?
Estamos com cursos de costura, beleza, corte de cabelo, manicure, pedicure, tranças, gastronomia, cursos de gestão e cuidador de idosos. Vamos ter curso de auxiliar de pet shopping, atendente de balconista, vigilante e porteiro na Casa de Cursos. Anualmente, a capacidade de atendimento é de 200 pessoas diariamente. Então, pretendemos, como já estamos agora a seis meses do término do ano, formar até 1.500 pessoas na Casa de Curso. Também estamos com o programa Manuel Quirino, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, aberto hoje com 1.000 vagas para o município. São cursos de geoprocessamento, turismo e eletricista com ênfase em energia solar.
Os cursos serão ampliados?
Iremos abrir, pela primeira vez aqui na Secretaria de Trabalho, Renda e Empreendedorismo, cursos noturnos, onde nós teremos inteligência artificial, informática quântica e também o programa Manuel Quirino.
O senhor tocou em um ponto que é a inteligência artificial. A cidade está integrada a essa nova tendência?
Estamos buscando nos integrar à nova tendência do mercado que hoje é a inteligência artificial. Por isso que Mauá terá, pela primeira vez, um curso de inteligência artificial e informática quântica totalmente de graça para a população e aos funcionários públicos.
Quando vão sair esses cursos do período noturno?
As inscrições vão abrir em julho e os cursos começar a partir de agosto, totalmente gratuitos, com material didático gratuito, aqui na Secretaria de Trabalho e Renda, na Rua Jundiaí, 63.
Como estão os planos futuros para a Casa de Cursos?
Estamos abrindo um estudo, junto à secretaria de Assistência Social e presidente do Fundo Social de Solidariedade, a parceira Fernanda Oliveira, para ampliar a oferta da Casa de Cursos com uma segunda unidade no eixo (da Avenida) Barão (de Mauá), lá no finzinho do Itapeva, onde vamos atender outras demandas.
A cidade teve um salto quanto às MEIs, de 22.862 em 2020 para 36.112 em 2025, um crescimento de 58%. Como está o olhar aos empreendedores da cidade?
Nossa meta é ampliar esse atendimento, criando o Espaço do Empreendedor no hall da Paço, onde vamos levar todos os serviços relacionados à empresa, para que o empreendedor possa sair de lá com documentação em dia, alvará, tudo certinho dentro de 15 a 20 dias.
Quando pretende inaugurar o Espaço do Empreendedor?
Esse projeto já está em andamento e pretendemos inaugurar no aniversário da cidade, no dia 8 de dezembro, trazendo vários benefícios para o empreendedor, que vai poder sair com o seu CNPJ, toda a documentação que ele necessita para sua a abertura de formalização, abertura de empresa em Mauá. Então, vamos ter equipes das secretarias de Planejamento Urbano, Finanças, todas as Pastas que envolvem a empresa e o empreendedor. Vamos ter o Banco do Povo e o Sebrae para formalizar o MEI.
Mauá também terá o programa Jovem Aprendiz?
Mauá vai ser a primeira cidade do Grande ABC a ter o programa de jovem aprendiz no poder público. Aqui na Secretaria de Trabalho, Renda e Empreendedorismo, fechamos, semana passada, uma parceria com o Senac, conforme exige a lei, para oferecer treinamento a esses jovens. Então, vamos fazer, dentro dos próximos dias, uma reunião com 60 ou 70 empresas para trazer essas vagas para a Pasta a fim da gente ofertar isso para o cidadão mauaense a partir de 14 anos de idade.
Como estão os resultados dos feirões de emprego na cidade?
Olha, esse feirão, o qual fiz agora (como secretário) em maio, foi muito positivo. É lógico, fizemos uma construção que iniciou no começo do primeiro governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT) e daí fizemos quatro feirões, todos com os saldos sendo positivos. Mas neste último feirão tivemos um diferencial, porque colocamos os três pilares para Secretaria de Trabalho, Renda e Empreendedorismo trabalhar junto à população: o primeiro foi o empreendedorismo, onde criamos o espaço para o empreendedor vender seus produtos na praça de alimentação do Paço Municipal; a empregabilidade, em que trouxemos 60 empresas ofertando 5.000 vagas de emprego; e a ação social com a qualificação profissional, com escolas como Senai, Senac e Centro Paula Souza. Nestas ações sociais, também tivemos exame de vista gratuito, 586 cortes de cabelo totalmente gratuitos, vacina, exame de vista, design de sobrancelhas. Então, foi um sucesso esse feirão e pretendemos, no ano que vem, fazer ainda melhor.
Por fim, gostaria de sua opinião sobre o fim da escala 6x1. É possível o Brasil reduzir a jornada de trabalho?
Vejo com bons olhos, desde que seja muito bem aplicado e planejado, e que não prejudique nem o empreendedor e nem o trabalhador. Sendo assim, vejo com bons olhos. Acho que isso é uma pauta federal e o que for decidido lá (em Brasília), vamos ter de meio que se adaptar aqui em Mauá. Mas é isso, que seja bem planejado, tendo um equilíbrio entre as duas partes. Se for assim, acho que dá certo no Brasil.
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