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Nossa casa comum
Henrique Alckmin Prudente
13/06/2025 | 08:44
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Uma das mais impactantes encíclicas papais dos tempos modernos, a Laudato Si’, lançada em 2015 pelo Papa Francisco, propõe uma profunda reflexão sobre a crise ambiental e os desafios sociais que a humanidade enfrenta. Inspirada no espírito de São Francisco de Assis, a encíclica nos convida a cuidar da Terra como nossa casa comum, reconhecendo que tudo está interligado: o meio ambiente, a cultura, a economia, e, sobretudo, a pessoa humana.

Uso e ocupação do solo, assim como recursos hídricos, são temas centrais, pois refletem diretamente como escolhemos viver em relação à natureza e ao próximo. Francisco nos lembra que o desenvolvimento sustentável deve ser construído sobre dois pilares inseparáveis: o respeito por todas as formas de vida, vistas como manifestações do amor de Deus, e a promoção da dignidade humana. Utilizar recursos naturais como água e solo com responsabilidade é, portanto, ato de amor, justiça e fé.

No capítulo inicial da encíclica, o Papa Francisco nos chama à contemplação do estado atual do planeta, denunciando a degradação ambiental, a destruição de ecossistemas e a crescente desigualdade social. A crise ecológica é também uma crise social, pois afeta principalmente os mais pobres e vulneráveis, que muitas vezes vivem em áreas degradadas, sem saneamento e sem acesso à terra de maneira justa. A resposta a essa crise passa por uma ecologia integral. Outro ponto de destaque na encíclica é a defesa da água como um direito fundamental. Papa Francisco denuncia a exploração irresponsável desse recurso e clama pela universa-lização do acesso à água potável. 

Ademais é importante que se estabeleça o compromisso do poder público com a legislação de incidência territorial, de forma a ocupar o solo e a gerenciar os recursos hídricos com responsabilidade e em sintonia, tanto em relação ao ambiente como em relação à qualidade de vida.

Municípios brasileiros, em especial os localizados em regiões de incidência de chuvas, no domínio de climas úmidos como o equatorial e o tropical, exigem olhar atento, sobretudo dos respectivos gestores públicos, para que haja atuação de forma responsável quanto ao uso e ocupação do solo, com preocupação em áreas de encostas, considerando as características ambientais e climáticas de cada região.

Nós todos somos chamados a adotar uma vida mais simples, o que inclui repensar as formas de expansão das cidades, combatendo a urbanização desenfreada e a ocupação de áreas de risco, o desmatamento e a especulação imobiliária, fatores que excluem e fragilizam sobretudo os mais pobres. O cuidado com o planeta Terra exige o cuidado imperioso com a pessoa humana!

Henrique Alckmin Prudente é diretor acadêmico da Faculdade Canção Nova.




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