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Escola muda rotina para proteger crianças de possível confronto com invasoras

Prédio privado invadido na Rua José Benedetti deve ser desocupado até quarta e força policial pode ser acionada; diretora toma medidas para proteger crianças de 2 a 11 anos

Wilson Guardia
10/02/2025 | 11:25
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Celso Luiz/DGABC
Celso Luiz/DGABC Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

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Às vésperas da desocupação do imóvel invadido na Rua José Benedetti, em São Caetano, a diretora de uma escola particular de ensino infantil, vizinha ao prédio tomado por integrantes do Movimento Olga Benário, grupo ligado a partidos de esquerda, adota medidas para proteger as 180 crianças de 2 a 11 anos, que estudam na unidade. “Vou reforçar a equipe de seguranças para acompanhar a entrada e saída”, disse, ao Diário, a diretora Flávia Zaparotti.

A gestora da unidade educacional teme confronto durante a desocupação. Por ordem judicial em liminar emitida pela 4ª Vara Civil de São Caetano, as lideranças da Casa Alceri Gomes, nome dado pelas invasoras à ocupação irregular, têm que demover o grupo a deixar voluntariamente o espaço até quarta-feira (12), caso isso não ocorra, o uso da força policial está autorizado, o que pode elevar a tensão e escalar para um confronto. “Elas (invasoras) estão bem reativas a sair do imóvel. Não se sabe o que pode acontecer. Tenho que preservar a integridade das crianças”, disse Flávia.

Além de reforçar a segurança, a diretora explicou que a escola tem duas entradas e, por conta da desocupação, a portaria da Rua José Benedetti ficará fechada e a entrada será permitida apenas pela Rua Rio de Janeiro, que tem fluxo mais intenso de veículos. “Vou comunicar a Semob (Secretaria de Mobilidade)”, afirmou Flávia, prevendo complicações ao trânsito.

O Movimento Olga Benário recorreu da decisão de primeira instância e, no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), não teve os argumentos acolhidos pelo desembarcador Roberto Maia. O magistrado manteve a determinação da comarca de São Caetano.

Flávia Zaparotti lembrou que, em novembro quando o imóvel foi invadido, as invasoras abordavam os funcionários da escola e pais de alunos, tentando convencê-los a apoio o movimento e realizando panfletagem na hora do embarque e desembarque. “Os seguranças precisaram intervir”, explicou a diretora. A medida se fez necessária para evitar incômodos e não atrapalhar o trânsito.

Por fim, a diretora da escola levantou dúvidas sobre o real propósito das invasoras. “É estranho. Se é um movimento contra violência feminina, por qual motivo está cheio de homens lá dentro”, questionou.

LIGAÇÕES

O grupo invasor tem ligações com a UP (Unidade Popular), partido de esquerda que disputou eleições municipais em algumas cidades no pleito passado, entre as cidades Mauá e São Paulo. Uma das lideranças inclusive fez doações a um candidato a vereador na Capital. Em vídeos e fotos nas redes sociais, pichações no imóvel ou em camisetas estampavam a sigla. No início da invasão, ainda em novembro, a vereadora de São Caetano Bruna Biondi (Psol) endossou apoio à ocupação ilegal.

INVESTIGAÇÃO

Uma comissão formada pelos vereadores Fábio Soares (Republicanos), César Oliva (PSD) e Gilberto Costa (Progressistas) apuram as circunstâncias e possíveis soluções para as demandas, apenas externadas, mas não formalizadas, pelas invasoras.

Ainda está em curso apuração da Enel sobre o furto de energia. O grupo faz um “gato” – ligação irregular na rede da concessionária – para levar luz ao prédio particular invadido.




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