O dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) visitou a Itália para se inspirar em personagens e lugares concretos que descreveu em algumas de suas obras mais famosas como "Romeu e Julieta" e "O Mercador de Veneza", segundo um investigador norte-americano do lendário escritor.

De acordo com a agência Ansa, o californiano Richard Roe, especialista da obra de Shakespeare, desafiou os estudos teóricos britânicos que afirmam que nas obras teatrais do dramaturgo há vários erros de lugares e personagens, porque ele supostamente nunca visitou a Itália.

Os estudiosos de Shakespeare encontraram imprecisões na descrição geográfica de muitas obras do autor inglês, e presumiram que o dramaturgo nunca havia visitado a Itália nem qualquer outro país da Europa.

No entanto, Roe concluiu que o criador de 13 obras teatrais ambientadas na Itália "tinha um conhecimento íntimo da geografia, política, personagens e tradições" desse país, e "que de nenhuma forma ele pode ter aprendido tudo isso em livros de segunda mão ou conversas nas tavernas inglesas".

Depois das investigações, Roe, um advogado aposentado e estudioso de Shakespeare, concluiu que todos os dados do escritor em suas obras "são precisos e verdadeiros".

Por exemplo, os acadêmicos britânicos encontraram erros nas descrições geográficas da obra "Os Dois Cavaleiros de Verona", especialmente em uma cena em que seus personagens centrais viajam por água entre Verona e Milão. Na realidade esse trajeto só pode ser feito por terra.

Roe, no entanto, identificou canais que já não existem mais, e que teriam permitido mercadores do século XVI viajar entre as duas cidades.

O estudioso da obra de Shakespeare apresentará esta semana suas conclusões em uma exposição no reconstruído teatro elisabetano The Globe, em Londres.