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Jovens 'matam' aula para namorar em parque de Sto.André
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
10/04/2004 | 16:50
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O Parque Prefeito Celso Daniel, em Santo André, tem se tornado ponto de encontro de alunos das escolas públicas da região. Até aí, nenhum problema. Problema pode haver se essas reuniões forem realizadas durante o horário escolar: são cabulões, que chegam aos montes no parque. Sempre em grupo. Conversam, trocam informações, conhecem gente nova e beijam. Aliás, segundo eles, beijar é o passatempo preferido.

Um estudante de 16 anos, morador do Parque das Nações, em Santo André, confessa que mata aula pelo menos um vez por semana. “Aqui é muito legal. Tem umas minas lindas. Reservo um dia na semana, no mínimo, para vir com os meus amigos”, disse o adolescente. Segundo o rapaz, que estuda em um escola estadual próxima, a vantagem do Parque Prefeito Celso Daniel é a segurança. Ele diz que, por se tratar de um local fechado e com vários guardas, os grupos ficam tranqüilos para se reunir.

A jovem K., 13 anos, mora no Parque Santa Madalena, em São Paulo, mas estuda em Santo André. “Essa é a primeira vez que venho aqui. Aceitei o convite das minhas amigas porque elas comentavam muito sobre esse local e as coisas que a gente pode fazer aqui”, contou. “Adorei a experiência e, por isso, pretendo voltar outras vezes.”

O adolescente F., 15 anos, diz que não vê mal em cabular aula para se encontrar com os amigos. Para ele, é melhor sair da escola para ficar em um lugar com a turma que ficar na rua sem ter o que fazer ou planejar coisas que prejudiquem ou outros. E expõe seu argumento: “Aqui a gente não incomoda ninguém, além de também estarmos nos relacionando com várias pessoas diferentes”.

Para alguns freqüentadores do parque, a situação não é tão simples assim. O empresário Orlando Faria Cunha, por exemplo, que há mais de cinco anos usa a pista do lugar para correr, se sentiu constrangido com dois jovens homossexuais no banheiro do Parque. “Já vi coisas que são, no mínimo, imorais. Tenho certeza que os pais não aprovariam tais práticas de seus filhos, como relações homossexuais e uso de drogas”, disse.

A vigilância do Parque não comenta as atividades dos jovens lá dentro, mas confirmou que os adolescentes chegam todos os dias em grandes grupos e só vão embora próximo da hora do almoço, horário em que as aulas do período da manhã terminam.




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