A vítima possuía um restaurante na rua Francisco Ongaro – uma travessa da avenida Brigadeiro Faria Lima –, no Centro. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), mas não descarta outras possibilidades. Foram roubados de Silva o telefone celular, seu carro (um Fiat Tipo) e o dinheiro que levava na carteira.

Na noite de quarta-feira, Silva fechou o restaurante por volta das 23h e saiu com o amigo E.A., 40 anos, com quem planejava abrir um negócio. Segundo o depoimento de A. à polícia, os dois jantaram em uma lanchonete e, em seguida, passaram na inauguração de uma casa noturna.

Ao deixar A. em casa, no Riacho Grande, Silva teria dito ao amigo que estava sem sono e que pretendia sair com uma pessoa para comer uma pizza e beber vinho. A. não soube dizer à polícia quem era essa pessoa. O comerciante era casado e tinha dois filhos, de 28 e 22 anos.

Segundo o delegado titular do 4º DP de São Bernardo, Victor Vasconcellos Lutti, o comerciante foi assassinado entre 11h30 e 3h. “Estou ouvindo todas as pessoas que o cercavam para verificar se a vítima tinha um relacionamento extraconjugal, e também para descobrir se foi vingança, roubo ou seqüestro relâmpago”, disse Lutti.

A família, ouvida nesta quinta pela polícia, contou que suspeita das dívidas de Silva com fornecedores do restaurante. “É uma hipótese secundária. Fornecedores de comida e bebida não costumam agir assim”, disse o delegado. De acordo com familiares, o comerciante teria sofrido roubos em seu estabelecimento e sido chamado de “folgado” por assaltantes no fim do ano passado.

O Tipo da vítima foi encontrado na tarde desta quinta na altura do número 558 da avenida Bom Pastor, em Santo André. “Isto não significa necessariamente que o criminoso seja desta cidade”, acrescentou o delegado. A polícia solicitou uma perícia técnica no veículo e o rastreamento do telefone celular, ainda desaparecido.

Os parentes de Silva não quiseram comentar o caso. “É um momento complicado para nós. Queremos compartilhar nosso sofrimento apenas entre familiares”, declarou uma prima do comerciante.

A cozinheira e funcionária do restaurante M.A.S.R., 53 anos, disse que Silva estva tranqüilo na quarta-feira. “Ele chegou, organizou o pessoal, e permaneceu trabalhando. Sou funcionária de lá há sete meses e, desde então, ele aparentemente não teve problemas com ninguém. Talvez o costume de sair tarde do serviço o tenha prejudicado”, comentou. O cliente do restaurante O.S.C., 32 anos, definiu Silva como uma pessoa humilde e tranqüila.