Jumper garante que Prefeitura de São Caetano não paga pelos serviços de segurança desde maio
A gestão do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSD), é acusada por uma terceirizada da Prefeitura de dar calote de R$ 4,4 milhões. A Jumper Segurança e Vigilância Patrimonial afirma ter iniciado a prestação de serviços nas escolas municipais em abril e assim seguiu até a última segunda-feira, mas a firma, com sede na Avenida Goiás, alega ter recebido apenas um boleto, no valor de R$ 586.713,60, em 21 de junho, ou seja, com 15 dias de atraso após a emissão da nota fiscal.
Por regramento, o município pode postergar o pagamento por até 90 dias após a emissão do cobrança. O contrato, com duração de 12 meses, tem vigência até abril de 2025 e custaria aos cofres municipais R$ 7.279.977,16, mas foi “suspenso unilateralmente, por parte da empresa, por falta de pagamento da Prefeitura”, afirmou ao Diário o gerente de faturamento David de Souza.
Segundo o porta-voz da Jumper, a gestão Auricchio foi notificada. Ligações foram feitas para a área de gestão do contrato e ofícios foram protocolados, mas nenhuma resposta foi dada. “Inércia geral”, frisou Souza.
“Na semana passada fizemos novo contato com a Secretaria de Finanças (Fazenda) e tivemos a seguinte resposta: ‘entendemos (a cobrança), mas não é só com vocês. Outros fornecedores estão passando por isso também”, revelou o gerente de faturamento.
Para atender 63 escolas, a empresa investiu aproximadamente R$ 800 mil na compra de equipamentos, uniformes e motos (para rondas) e contratou 126 funcionários. Porém, recebeu um único pagamento proporcional aos dias de serviço efetivamente realizados em abril. Em tese, logo de início, a empresa registrou prejuízo com o contrato, uma vez que as demais sete parcelas de R$ 606.666,43 e uma proporcional de R$ 176.014,08 não foram pagas até a data de hoje (terça-feira, 10). Os débitos totalizam R$ 4.422.679,09.
“Não consigo entender como a Prefeitura ficou sem pagar, porque todos os pagamentos são empenhados. Você tem a obrigação fiscal de empenhar o valor do contrato e não destinar o recurso para outras coisas... Estamos ajuizando no TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo). Esperamos que o Tribunal entenda que alguém cometeu improbidade administrativa”, disse David de Souza, sobre as providências legais a serem tomadas pela empresa.
Recentemente, o Diário trouxe reportagem na qual mostrava que a Prefeitura também atrasou pagamentos à Barsotti Serviços de Portaria. Procurada, a gestão Auricchio não se manifestou até o fechamento da edição.
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