Movimento Olga Benário, em S.Caetano, não permitiu fiscalização de segurança no imóvel
A Defesa Civil de São Caetano foi impedida de realizar trabalho de vistoria no imóvel invadido no último dia 21, na Rua José Benedetti. A equipe esteve no local na manhã de ontem para verificar questões estruturais e de habitabilidade. No entanto, os invasores não permitiram a entrada. Duas viaturas da Romu (Ronda Ostensiva Municipal Urbana) da GCM (Guarda Civil Municipal) deram apoio, mas os policiais se mantiveram a distância para qualquer eventualidade.
“Há dez minutos estamos aguardando debaixo de chuva. Queremos só fazer a avaliação do imóvel, saber se está seguro e se tem condição de moradia. É nossa obrigação, nosso trabalho”, disse aos invasores o coordenador da Defesa Civil, sargento Juscelino Brilhante.
Em outro momento, uma mulher identificada apenas como Mariana inicia diálogo sem abrir o portão e não permite a entrada da equipe.
Durante a tentativa de negociação, o prédio estava tomado por homens, apesar de o Movimento Olga Benário afirmar que o local é uma “ocupação de mulheres operárias”. Ao menos seis pessoas do sexo masculino foram identificadas pela reportagem e apenas uma do feminino. “Cadê essas mulheres?”, questionou César Oliva (PSD), relator da Comissão Parlamentar que apura circunstâncias e busca soluções para a invasão. Segundo o vereador, a ideia é identificar eventuais vítimas de violência, oferecer auxílio social e psicológico e garantir espaço na Casa Abrigo.
Um dos homens que estavam na ocupação, quando interpelado pelo Diário sobre se lideranças gostariam de se posicionar, afirmou que “demorariam mais de 40 minutos para chegar”. A equipe aguardou o período informado, sob chuva, mas elas não apareceram.
“Está muito estranho. Há uma invasão e quem está lá, em tese, estaria reivindicando, mas eles dizem que precisam esperar as lideranças chegarem? Então há dúvidas sobre se quem está lá é pago ou agindo a mando”, frisou Fábio Soares, presidente da Comissão, que demonstra preocupação com crianças em local insalubre.
Com a tentativa frustrada da Defesa Civil, a Procuradoria-Geral do Município vai tentar judicialmente a entrada forçada no imóvel.
Gilberto Costa (Progressistas), membro da Comissão, publicamente pediu ontem em sessão na Câmara que a vereadora Bruna Biondi (Psol), apoiadora da invasão, contribua com a “defesa da ordem e da lei”. “Ela poderia usar o mandato para ajudá-los a sair pacificamente. Parlamentar não pode defender ou apoiar invasão, coisa errada.”
Bruna, no entanto, defendeu-se ao dizer que a fala de Gilberto não passava de “provocação”, uma vez que “os vereadores não tem poder estabelecido para ‘desocupar’ o prédio. “Não vou me somar a uma suposta ‘desocupação’ feita por vereadores que não estão tentando estabelecer diálogo com os ocupantes”, disse.
Sobre se teme parar em uma Comissão Especial Investigativa da Câmara, uma espécie de Comissão de Ética, que poderia levar à perda de seu mandato, Bruna disse que “isso sequer seria uma prerrogativa da comissão”.
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