Política Titulo Ocupação criminosa
Invasores impedem Defesa Civil de vistoriar imóvel em São Caetano

Ação visava verificar questões estruturais e de segurança do prédio para preservar vidas; caso ficará a cargo da Justiça

Wilson Guardia
03/12/2024 | 14:11
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Celso Luiz/DGABC


A Defesa Civil de São Caetano foi impedida de realizar trabalho de vistoria no imóvel invadido no último dia 21, na Rua José Benedetti, no bairro Cerâmica. A equipe esteve no local na manhã de hoje para verificar questões estruturais e outros pontos que garantam a ocupação dos espaços por pessoas. No entanto, os invasores não permitiram a entrada dos agentes. Duas viaturas da Romu (Ronda Ostensiva Municipal Urbana) da Guarda Civil Municipal deram apoio, mas os policiais se mantiveram a distância e de prontidão para qualquer eventualidade.

Faz dez minutos que estamos aguardando debaixo de chuva. Queremos só fazer a avaliação do imóvel, saber se está seguro e se tem condição de moradia. É nossa obrigação, o nosso trabalho. Não é nada contra vocês. Acho que seria inteligente deixar entrar, mas…”, disse para os invasores o coordenador da Defesa Civil, sargento Juscelino Brilhante.

Em outro momento, uma mulher identificada apenas como Mariana, inicia diálogo, sem abrir o portão e não permite a entrada da equipe. O sargento Brilhante, então, afirmou que deixaria o local, mas fez um alerta: “daqui para frente é com a Justiça”.

A partir da negativa na liberação da entrada, a Defesa Civil oficia o jurídico da Prefeitura, que, por sua vez, buscará liminar judicial para utilização da força policial para liberar a entrada e, desta forma, garantir que o trabalho de fiscalização ocorra.

Durante a tentativa de negociação, o prédio estava tomado por homens, apesar do Movimento Olga Benário afirmar que o local é uma “ocupação de mulheres operárias”. Ao menos seis pessoas do sexo masculino foram identificadas pela reportagem no local, além de uma mulher.

Um dos rapazes que estavam na ocupação, quando interpelado pelo Diário se alguma liderança gostaria de falar com a reportagem, afirmou que “demorariam mais de 40 minutos para chegar, pois uma estava presa do trânsito na Avenida Corredor ABD (via que liga Diadema a Santo André, passando por São Bernardo) e outra, estava vindo do Riacho Grande (São Bernardo), mas estava presa na (Rodovia) Anchieta”. A equipe aguardou pelo período informado, sob chuva, mas as líderes não chegaram.

Um outro homem, que se identificou apenas como “um dos advogados” do movimento, se mostrava arredio. Disse que não estava “autorizado a conversar” e que a situação estava tensa, pois, a “sociedade não aceita e demonstra preconceito” quanto ao movimento, que é de “paz”. Ele estava acompanhado por uma mulher, que também não se identificou, mas que deixou o imóvel e afirmou que o local é uma “casa de passagem para mulheres”.

Na sequência, a dupla foi recepcionada por outro rapaz em uma casa vizinha do imóvel invadido. Ficaram no local por cerca de 10 minutos e de lá, o trio se dirigiu para a invasão. O terceiro indivíduo mostrava intimidade com os invasores. Foi o primeiro a entrar no prédio ocupado de forma criminosa.

O Comissão Parlamentar, formada pelos vereadores Fábio Soares (PSD), César Oliva (PSD) e Gilberto Costa (Progressistas), que apura circustâncias e busca soluções em relação à invasão, prepara um novo relatório sobre os fatos e em breve deve se manifestar sobre a atividade de hoje.

Reportagem em atualização 




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