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Kim Kataguiri diz que ‘direita não é refém do bolsonarismo’

Deputado federal segue na esteira da ‘nova direita’, na qual o Movimento Brasil Livre tenta se inserir como partido político a partir de 2025

Wilson Guardia
01/11/2024 | 21:16
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FOTO: Denis Maciel/DGABC


Kim Kataguiri (União Brasil-SP), deputado federal e cofundador do MBL (Movimento Brasil Livre), fez nesta sexta-feira (1º), em entrevista ao Diário, uma análise política sobre a participação da direita nas eleições e o enfraquecimento da esquerda, encabeçada pelo PT. O partido de Luiz Inácio Lula da Silva, com laços históricos no Grande ABC, onde nasceu a partir de lutas sindicais, conquistou apenas uma Prefeitura, a de Mauá, com a reeleição de Marcelo Oliveira. Para o parlamentar unionista, os resultados das urnas neste ano demonstram que há um novo caminho, independentemente de uma figura central concentrar os olhares, a ser seguido ao deixar claro que a ideologia não tem dono. “Acho bom a direita não ser refém do bolsonarismo”, disse Kim.

Na esteira de uma ‘nova direita independente’ e por não pertencer a um grupo político, como o ligado ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), o MBL caminha para a formalização. “Desde o fim do ano passado estamos coletando assinaturas. A ideia é entregar até dezembro 700 mil”, discorreu Kim, ao lembrar ser necessário o total de 490 mil assinaturas para transformar o Movimento Brasil Livre em partido político. O número coletado, segundo o deputado, é suficiente, mesmo que alguns nomes sejam desconsiderados por divergências cadastrais e por outros motivos técnicos apontados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Com o MBL legalmente formalizado, a ideia será, provavelmente, a de adotar o 14, anteriormente utilizado pelo PTB, como número oficial da legenda. “Ultrapassaremos essa história e construiremos a nossa”, disse Kim, ao lembrar do passado do Partido Trabalhista Brasileiro.

A missão, segundo o deputado, é de, em 2025, concluir as etapas de homologação partidária, validar o estatuto e iniciar o processo de filiação para que, em 2026, o partido possa montar chapas e disputar eleições gerais. “A primeira meta será a de eleger 13 deputados federais, furar a cláusula de barreira e buscar um nome para eleição presidencial”, comentou.

Perguntado sobre se o nome poderia sair do próprio movimento, Kim Kataguiri afirmou que tudo dependerá da conjuntura política do momento, mas “necessariamente alinhado com os princípios e valores do MBL” e que tenha “coerência” com as pautas apresentadas e costuras partidárias.

O deputado não descarta a possibilidade de o MBL endossar apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, na disputa pela presidência da República.

“O País, com as eleições municipais, deu uma guinada à direita. O PT saiu enfraquecido e está em guerra interna. Lula, que sempre sufocou outras lideranças, não tem mais condições de saúde para a disputa. Com o racha no PT, é bem provável que um novo partido possa surgir, como aconteceu lá atrás com a criação do Psol. Essas situações abrem mais caminhos para a direita”, afirmou Kim, ao lado do vereador não reeleito em Santo André Márcio Colombo (PSDB) e do deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil).




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