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Projeto da região vai representar São Paulo em evento do MEC

Alunas de Etec de Ribeirão Pires, que criaram jogo para crianças com mobilidade reduzida, terão viagem a Brasília custeada pelo Centro Paula Souza

Beatriz Mirelle
27/10/2024 | 08:43
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FOTO: André Henriques/DGABC

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O projeto JumpAI, desenvolvido por um trio de estudantes da Etec (Escola Técnica Estadual) Professora Maria Cristina Medeiros, em Ribeirão Pires, será um dos quatro representantes do Estado de São Paulo na 4ª edição da Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica, promovida pelo MEC (Ministério da Educação), entre os dias 26 e 28 de novembro, em Brasília. A seleção foi feita pelo Centro Paula Souza. 

O trabalho utiliza a visão computacional, ferramenta de Inteligência Artificial, para criação de jogo interativo para crianças com mobilidade reduzida. O mecanismo permite que o usuário controle as ações das personagens com movimento ocular. Ao todo, no Brasil, 80 projetos foram selecionados para participar das exposições realizadas pelo governo federal. 

Em agosto, o JumpAI já tinha sido premiado na 15ª Feteps (Feira Tecnológica do Centro Paula Souza), com o 2º lugar. “Para nós, foi um choque, porque, até então, só estávamos participando de eventos em São Paulo e do Centro Paula Souza. Ir para outro Estado nos deu a dimensão da valorização do projeto. É uma semana de programa 100% presencial. O Centro Paula Souza vai custear a viagem para duas integrantes do projeto e um professor-orientador”, conta Giovana Rocha, 18 anos, que criou o jogo junto com Ana Laura Vicentine Ribeiro e Thifany Garcia. 

A ideia surgiu a partir do caso de Gianlucca Trevellin, jovem andreense que foi diagnosticado com AME (Atrofia Muscular Espinhal) com 1 ano e que tem baixa mobilidade. A família dele entrou em contato com a professora Cíntia Pinho, orientadora do projeto, e relatou que o garoto chorava muito ao ver outras crianças jogando. Ela então perguntou se era possível criar um dispositivo adaptado para o filho. 

Depois da Feteps, o grupo disse ao Diário que pretendia disponibilizar o jogo em um site. “Estamos projetando que a plataforma já esteja no ar antes mesmo de irmos para Brasília para o público conseguir testar e termos feedbacks para levarmos ao evento. Nosso grupo está focado em desenvolver a parte de hospedagem para os usuários acessarem”, comenta Giovana. 

Além das interações oculares, o trio desenvolveu uma luva para captar os poucos movimentos que Gianlucca tem nas mãos. “O maior ganho para nós é perceber que o nosso trabalho, além de ser reconhecido, faz os alunos crescerem muito, tendo essas oportunidades. Conseguir proporcionar uma viagem para elas graças aos seus projetos é muito gratificante. É incrível vê-las voando, observar esse crescimento”, diz Cínthia, que orientou o projeto junto com o professor Anderson Vanin. 

Na quarta-feira (23), o JumpAI também venceu a 4ª edição do Intel AI Global Impact Festival, realizada na sede da Intel Brasil, na Capital. Ao todo, foram avaliadas mais de 100 propostas de 25 países.

OUTROS TRABALHOS 

“Inscrevemos quatro projetos e todos foram aceitos. Escolhemos trabalhos que participaram da 15ª Feteps e representam bem o tema do evento: ‘inclusão, sustentabilidade e inovação’”, explica Ariane Francine Serafim, coordenadora de projetos do Centro Paula Souza. 

Também foi selecionado o projeto Nema Vision (software para identificação automatizada de fitonematoides – parasitas que invadem as raízes das plantas – em amostras de solo), da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado) Pompeia; o B.A.E Guard: IoT, para detecção de incêndio (utiliza recursos de internet das coisas para monitorar os ambientes e identificar sinais iniciais de fogo), da Etec Zona Leste; e o Solar Eco Filter (criação de um filtro de água sustentável, que utiliza energia solar para operar de forma autônoma), da Etec Taboão da Serra.




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